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CANDELÁRIA

Audiência em defesa do setor do tabaco amplia debates sobre a COP10

Foto: Alencar da Rosa

Com plenário lotado, deputados e dirigentes da região reforçaram a defesa do setor

A Câmara de Vereadores de Candelária sediou na noite dessa quinta-feira, 13, a segunda audiência pública da Subcomissão em Defesa do Setor do Tabaco e Acompanhamento da COP 10, realizada pela Assembleia Legislativa a partir da iniciativa do deputado estadual Marcus Vinícius (Progressistas). O plenário ficou lotado e teve a presença de lideranças políticas municipais e regionais, representantes sindicais, empresariais e produtores de tabaco. O objetivo é ouvir demandas e propostas sobre a Conferência das Partes (COP), que terá nova edição em novembro, no Panamá.

O prefeito de Candelária, Nestor Ellwanger, chamou a atenção para os números da cultura do tabaco no município. São mais de 6 mil hectares de área plantada por cerca de 3 mil famílias, com um total estimado de 10 mil pessoas envolvidas na atividade. A movimentação financeira chega a R$ 107 milhões anuais, 14% do Produto Interno Bruto (PIB) municipal. “Eu sei que tem gente contra, mas eu falo por mim, que sou oriundo do interior, e pela minha gente: a fumicultura é muito importante e precisa ser fortalecida.”

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Já o deputado federal Marcelo Moraes (PL) estendeu o debate para o âmbito estadual. O número de famílias produtoras chega a mais de 70 mil somente no Rio Grande do Sul. Outro dado apresentado pelo parlamentar foi o de empregos gerados, cerca de 40 mil, o que torna a cadeia produtiva do tabaco uma das principais responsáveis por movimentar a economia do Vale do Rio Pardo. “Se tirar o fumo aqui de Candelária, pode ter certeza que o posto de combustível vai sentir; o supermercado; o comércio, todos terão um impacto direto”, ressaltou.

A deputada estadual Kelly Moraes (PL) ressaltou a trajetória de defesa do tabaco por parte da família Moraes, ainda que nenhum dos integrantes seja fumante. “Nós, políticos, temos a obrigação de mostrar aos governos estadual e federal que o setor gera empregos, renda e desenvolvimento.” Kelly reforçou que ninguém nega os malefícios do tabagismo, mas destacou que mais de 90% da produção brasileira tem como destino a exportação. Enquanto isso, dentro do País o cigarro contrabandeado domina uma grande parcela do mercado e não recebe a devida fiscalização.

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No final, o deputado estadual Edivilson Brum (MDB) convocou os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) para que participem das audiências e sejam parceiros para levar as demandas até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como aos ministérios da Agricultura e das Relações Internacionais. “Temos que convencê-los a mandar um representante para a COP que defenda os produtores de tabaco”, enfatizou o parlamentar. A terceira reunião sobre o assunto vai ser realizada nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, na Câmara de Vereadores de Rio Pardo.

Ministro do Desenvolvimento Agrário recebe dirigentes

Em meio aos debates quanto à COP 10, uma comitiva formada por representantes da cadeia produtiva do tabaco se reuniu nessa quinta-feira com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em Brasília. O grupo foi formado pelo presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke; o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner; o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Giuseppe Lobo; e o diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Tabaco no Estado da Bahia (Sinditabaco-BA), Marcos Souza.

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Eles destacaram a relevância econômica e social da produção e exportação do tabaco para o Brasil e mostraram preocupação com a posição brasileira que será levada ao Panamá, especialmente quanto a uma possível interferência no cultivo. O ministro, por sua vez, deixou claro que é favorável à regulação atual ao setor, mas contrário à substituição da cultura.

Segundo Teixeira, o produtor deve ter assegurado o direito ao plantio do tabaco, especialmente diante dos bons resultados econômicos para o País. Ele ainda fez uma recomendação para que o setor invista mais na produção com bioinsumos.

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Câmara Setorial também avalia estratégias

Representantes da cadeia produtiva participaram da 70ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco nessa quinta, com formato híbrido. Romeu Schneider, presidente da Câmara, abriu o encontro que tratou de temas de interesse do setor, como as audiências para tratar da posição que o governo federal levará à COP 10, entre os dias 20 e 25 de novembro, na cidade do Panamá.

Ele também ressaltou que uma das principais preocupações, no momento, é a reforma tributária, recentemente aprovada na Câmara dos Deputados. “Por experiência e exemplos sabemos que, quanto maior a tributação sobre os cigarros, maior o mercado ilegal. E o crescimento desse mercado ilegal é prejudicial ao País, já que deixamos de arrecadar tributos.” A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco será no dia 31 de outubro.

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Importância

Dados apresentados na reunião da Câmara Setorial mostram que até o final de junho foram exportadas 214.154 toneladas de tabaco, uma queda de 21,64% em comparação com o mesmo período do ano passado. “Isso se explica porque em 2022 foram embarcados estoques remanescentes de 2021, devido aos problemas logísticos em torno da pandemia”, comentou o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke.
“Apesar da tendência demonstrar uma diminuição no volume, os embarques em dólares devem ser superiores aos de 2022. Até junho, já foram exportados mais de 15,83% em relação ao período anterior.

Os números demonstram estabilidade dentro do que se espera para o ano, que gira em torno das 500 mil toneladas e os US$ 2 bilhões de dólares”, disse Schünke. A média de vendas externas nos últimos oito anos é de 504 mil toneladas. O setor do tabaco representa 0,7% das exportações brasileiras.

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O presidente da Associação do Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, apresentou um acompanhamento mensal da comercialização da safra 2022/23. A estimativa é de um crescimento de 7,95% na produção, com aumento de 14,87% no faturamento bruto dos produtores sul-brasileiros, chegando a R$ 11 bilhões.

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