Na madrugada da última segunda-feira, 6, o País rompeu o silêncio para celebrar a conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro de melhor atriz em um filme de drama. O clima foi de festa, semelhante a uma vitória do Brasil em Copa do Mundo.
Fernanda consagrou-se pela atuação em Ainda Estou Aqui, adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva. Ela fez o papel de Eunice, esposa do ex-político Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), sequestrado pelos militares e morto nos porões da ditadura. Esse foi o seu 63º trabalho como atriz, conforme o Internet Movie Database (IMDB). Nascida em 15 de setembro de 1965, começou a atuar em 1979.
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Em sua prolífica carreira, há uma minissérie produzida no final da década de 1990 e gravada em Santa Cruz do Sul. Trata-se de Luna Caliente, no qual atuou ao lado de vários outros atores globais, incluindo Paulo Betti, Tonico Pereira, Walderez de Barros e Ana Paula Tabalipa.
A obra, dirigida pelo gaúcho Jorge Furtado, foi filmada em 40 dias. De acordo com o Memória Globo, 70% das cenas que constituíram a história são externas, filmadas ainda em Rio Pardo e São Lourenço do Sul. Para relembrar a passagem de Fernanda pelo Vale do Rio Pardo, a Gazeta do Sul narra os bastidores da produção dessa minissérie.
Atriz estampou a capa da Gazeta do Sul e concedeu entrevista durante as filmagens
No dia 17 de setembro de 1998, as gravações de Luna Caliente ganharam a capa da Gazeta do Sul. “Os globais param Santa Cruz”, constava. A imagem escolhida, feita pelo fotógrafo Rodrigo Assmann, exibia Fernanda Torres e Paulo Betti preparando-se para gravar uma cena. Na minissérie, a atriz interpretou Dora, ex-esposa de Ramiro (Betti), que retorna ao Brasil depois de ficar oito anos exilado na França. Ele envolve-se com a jovem filha de um casal de amigos, Elisa (Ana Paula Tabalipa).
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As gravações ocorreram no dia anterior à publicação. Uma quadra da Rua Marechal Floriano – entre a 28 de Setembro e a Borges – foi bloqueada: o antigo Clube União (atual filial da Renner) e a Loja Wendland Companhia (hoje choperia Amsterdam, na esquina com a Borges de Medeiros) eram usados como locação.
Isso, somado à presença das estrelas e da equipe de produção (formada por profissionais da Globo e da Casa de Cinema de Porto Alegre), virou a rotina do Centro de cabeça para baixo. E, é claro, atraiu a presença de curiosos, que se aglomeraram para testemunhar as filmagens. “Parou o centro de Santa Cruz”, recorda o fotógrafo da Gazeta do Sul.
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A escadaria de acesso ao salão do antigo clube transformou-se em um hotel. Já o quarto no qual os personagens se hospedaram foi produzido no prédio onde ficava a loja Wendland. Na reportagem, o jornalista Mauro Ulrich destaca que acima da cabeceira da cama havia um quadro retratando uma marinha. A obra era de autoria do artista plástico santa-cruzense Nelson Basumiro dos Santos e, em função do filme, pôde ser vista por todo o Brasil.
Em um intervalo das gravações, o repórter teve a oportunidade de entrevistar Fernanda. A conversa ocorreu dentro do carro utilizado pelo elenco. Diante da rotina intensa, ela fez um desabafo sobre a jornada alucinada que vivenciava na época. Entre 1997 e 1998, Fernanda participou de dez produções, de séries para a TV (incluindo A Comédia da Vida Privada, primeira colaboração com Jorge Furtado) e longas-metragens (sendo um deles O Que é isso, Companheiro?). Também participou do clipe da música Ela Disse Adeus, da banda Paralamas do Sucesso.
Dias antes, no seu aniversário, havia trabalhado até de madrugada. “Neste ano estou trabalhando muito porque passei dois anos plantando o que posso colher hoje. Mas não aguento viver assim o tempo todo. Aliás, estou contando os dias para uma pausa. Vida de ator é assim: você tem que saber conciliar o sucesso com o sumiço”, afirmou.
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No entanto, assegurou que havia sido o melhor presente. Destacou ao repórter que “o formato de microssérie é maravilhoso. É como no cinema, que estou acostumada a fazer, com o Jorge [Furtado] trazendo toda sua equipe para a coprodução. Estou chocada de tão bom!”.
A reportagem conta ainda que Fernanda, que estava hospedada no Hotel Charrua, havia saído para correr até o Parque da Gruta. “Fiquei surpresa. Achei que Santa Cruz do Sul fosse uma cidade pequena… A gente percebe que aqui há cultura”, elogiou.
Entrevista – Jorge Furtado, diretor de cinema
“A Fernanda é uma força da natureza”
- Gazeta do Sul – O que a vitória da Fernanda Torres no Globo de Ouro representa para o cinema brasileiro? Eu acho que é um feito extraordinário. Quando eu vi aquela cena, ela subindo no palco e aquelas quatro deusas de Hollywood – Kate Winslet, Tilda Swinton, Nicole Kidman, as melhores atrizes do mundo, mais a Angelina Jolie e a Pamela Anderson – e ela subindo no palco, foi emocionante, muito bacana. Já sabemos que ela é uma grande atriz, a gente já viu ela muitas vezes em muitos trabalhos. Mas os estrangeiros, ou quem não viu, se surpreendem muito com o talento dela, porque ela é realmente uma atriz incrível. Ela merece muito, é uma grande atriz e muito inteligente. Fui procurar nos meus acervos, eu já fiz 15 trabalhos com ela. Talvez ninguém tenha trabalhado tanto com a Fernanda, pois comecei com ela no primeiro trabalho. Foi Comédia da Vida Privada, em 1995, em que escrevi vários episódios, e o primeiro que dirigi foi com ela. Depois, Luna Caliente, que a gente filmou em Santa Cruz, e depois Saneamento Básico.
- O que estimulou o senhor a trabalhar com ela tantas vezes? Primeiro que a Fernanda é muito boa de equipe, boa de conviver no trabalho, contribui muito e é ótimo tê-la no set. E é uma atriz incrível; faz drama, faz comédia, faz tudo. É muito inteligente, com muitas referências, tem muita leitura. Então, é muito bom conversar e trabalhar com ela. Já fizemos várias coisas, sempre penso nela.
- Vocês trabalharam juntos aqui em Santa Cruz, em Luna Caliente. Foi um trabalho importante na sua carreira, não é? Como surgiu a oportunidade de dirigir a minissérie da Globo? Esse filme foi um sonho. Quando li o livro pela primeira vez, imediatamente pensei: “quero filmar isso aqui”. A gente foi para a Argentina, eu e a Nora [Goulart, produtora], atrás do autor mesmo, o Mempo Giardinelli. Naquela época não se tinha formas de contato, fomos para lá atrás dele. Chegando lá, encontramos com ele: fui procurá-lo, queria falar pessoalmente para fazermos o filme. Ele ficou muito comovido. Mempo falou assim: “É o seguinte, o filme já foi feito, já teve”. Ele tinha vendido os direitos para o México, e já tinham feito o filme. Anos depois, me ligou dizendo: “Olha, os direitos estão comigo de novo”. E eu disse: “Eu quero fazer, vamos fazer”. Foi o meu primeiro longa-metragem mesmo, porque é um longa, feito em película. Foi antes dos meus primeiros filmes de cinema, mas foi a minha primeira experiência dirigindo uma equipe grande de cinema, com câmeras de cinema. Passamos dois meses em Santa Cruz. Filmamos em Rio Pardo, Santa Cruz e também no sul do Estado, em São Lourenço do Sul. São os três lugares, mas nossa sede principal foi em Santa Cruz. E o personagem da Fernanda é criação nossa, dos roteiristas: minha, do Carlos Gerbase e do Giba Assis Brasil. Não tem no livro, só tem a referência de que está em Paris. Na nossa história, ela vem de Paris encontrá-lo aqui, faz uma participação grande. Ela está presente em dois capítulos inteiros. As outras coisas que fiz com a Fernanda eram comédias. Mas drama foi só o Luna Caliente.
Personagem de Fernanda era inédita na história
- O senhor se recorda como chegaram à escalação da Fernanda? Olha, eu estava pensando, Paulo José, Paulo Betti, Tonico Pereira, Ana Paula Tabalipa, Walderez de Barros, era um grande elenco. E essa personagem nova era importante e tinha que ser uma atriz grande. Então, acho que é o primeiro nome em que eu pensei; ela estava disponível. E topou fazer e fez. Nem me lembro de outra opção, de ter pensado em mais alguém. Acho que já escrevemos meio que pensando nela.
- O senhor lembra de alguma história da Fernanda durante as filmagens? Não, nada específico. Tenho muito mais lembranças de Saneamento Básico, em que ela era a protagonista. Ficamos bastante tempo juntos em Bento Gonçalves, que era nossa sede, e filmamos por ali, em Santa Terezinha. Tenho muitas histórias com ela, porque a gente ficou muito amigo. A turma do filme era um bando de amigos. Ela disse que levou meses para tirar o capeletti da cintura, porque comíamos todas as noites. E a Fernanda é toda atlética, faz ioga e tal. Lembro de entrar no camarim um dia e estarem ela e o Wagner [Moura] de ponta-cabeça, fazendo aquelas coisas de ioga. Os dois se exibindo. Falei para o pessoal da produção que a missão deles era manter os atores de cabeça para cima, pelo menos isso. Um dia, a Fernanda estava na beira de um rio grande, no interior de Bento. E dali a pouco, ela estava de biquíni, tirou a roupa de cima e pulou no rio. Ele era caudaloso, de corrente forte, mas ela nadou lá no meio, deu duas voltas e retornou para a beira. E ela canta, toca piano, fala inglês perfeitamente. É uma força da natureza impressionante. Nós fomos parceiros também de redação, porque escrevemos juntos muitos roteiros. Ela é muito divertida como parceira de redação.
A experiência de filmar no Vale do Rio Pardo
- E por que optaram por gravar em Santa Cruz do Sul e Rio Pardo? No livro, a história se passa na Argentina, mas na nossa era em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Pensamos em ambientar a trama nos anos 1970, no pior momento da ditadura, sobre um cara que está exilado e volta para o Brasil, no auge da repressão, e vai para uma cidadezinha do interior. E nós pensamos em Rio Pardo, por causa daquela rua calçada mais antiga do País, que era muito bonita para começar o filme ali. Só que Rio Pardo é cidade muito menor, não tinha estrutura e estávamos com uma equipe de quase cem pessoas. Precisava de um hotel para ficar todo mundo hospedado. Então, ficamos sediados em Santa Cruz, filmando em locações em Rio Pardo, naquela rua principal, e em Santa Cruz, onde filmamos nas ruas em volta da praça e em várias casas, com diversas cenas de caminhadas. O filme foi feito todo em locação. Tem uma cena grande, importante, em que um carro cai de uma ponte, que a gente filmou também no interior. Quem quiser ver o filme, ele está na internet.
Uma experiência que ficou marcada na memória
- Quais as recordações que o senhor tem das filmagens em Santa Cruz? Olha, uma equipe de cinema é muito centrada. Nós vamos para um lugar, então tem um filme, vamos para o hotel e trabalhamos. Ficamos muito em função de conviver uns com os outros. Não temos uma interação tão grande com as pessoas das cidades. Mas eu passei por ali, fui no museu. Tinha um restaurantezinho que não tem mais, em uma galeria, saindo do hotel à esquerda. Havia doces alemães maravilhosos, eu lembro disso. Nós íamos muito para lá. Agora fui de novo a Santa Cruz, para os festivais de cinema, e a cidade cresceu muito. Hoje tem muitas opções, mas na época não havia tantas. Ficamos em volta da praça, no hotel e nas locações, trabalhando o dia inteiro.
- Como foi a receptividade da população? A cidade nos recebeu muito bem. Foi muito bom filmar aí. Gosto muito de filmar em uma cidade pequena. Quando gravamos no Rio de Janeiro ou Porto Alegre, as pessoas de noite se despedem, termina a filmagem e cada um vai para um lado. Se é uma cidade menor, a gente continua junto, de noite, conversando sobre o filme. Me recordo que estava muito frio. Tem cenas em que o Tonico Pereira, por exemplo, estava de camisa de manga curta; ele treme de frio, coitado, porque estava muito, muito frio. O Júlio Andrade, foi o primeiro trabalho que ele fez, acho, na vida, no cinema, sem dúvida. Talvez no teatro tenha feito alguma coisa antes. Tremendo de frio também. Nós filmamos numa estrada, era meia-noite, estava zero grau, e eles de manga curta. Tem uma cena em que o Paulo Betti e o Chico Díaz mergulham no rio para achar o carro dele, que caiu dentro da água rio e tal, e também a temperatura estava 10 graus. Eles tiveram que mergulhar naquele rio. Então, houve muitas experiências interessantes. Fiquei bem satisfeito com o resultado. Passou como uma minissérie, o primeiro e o quarto episódio. Depois voltou como um longa-metragem. Foi a minha primeira experiência de direção de uma equipe grande, porque tinha muita gente que veio do Rio, de técnicos da Globo e tudo, e muita gente daqui também. Era uma equipe enorme. Meu primeiro trabalho era para dirigir todo mundo, para ter feito carro, jogar dentro do rio, precisava de uma ponte. Tinha alguns efeitos complexos de fazer, e grandes atores. Trabalhar com o Paulo José, só isso já valeu muito. Mas eu já tinha feito um trabalho com a Fernanda antes, quando foi o começo da Comédia da Vida Privada. Ela participou de vários episódios, que eu escrevi, e fez uma vez o primeiro que eu dirigi, com ela também.
- O senhor tem relação forte com Santa Cruz, em especial com o Festival de Cinema, do qual é basicamente um padrinho. A cidade está respirando cinema, com a Film Commission e o Polo Audiovisual. Como vê o fato de a cidade abraçar tanto o cinema? Acho incrível. Gosto muito do Festival de Cinema. E, realmente, não só vi ele nascer; eu estava antes de ele nascer. A gente se reuniu em um café, e sentamos ali com a galera que depois criou o festival. Lembro muito desse momento, e depois eu estive em alguns festivais. Acho ótimo! A sala está sempre cheia. É um festival muito ativo e muito bom. Espero voltar aí de novo.
Confira o vídeo da entrevista na íntegra:
Motorista das estrelas
A premiação de Fernanda Torres no Globo de Ouro no domingo passado fez com que o santa-cruzense Jaime Luís Adam, 56 anos, relembrasse o envolvimento com Luna Caliente. O músico multi-instrumentista, que trabalhou como diagramador do jornal Gazeta do Sul, foi chamado para a produção em um cargo inusitado: motorista das estrelas globais.
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Com uma Ford Escort SW, buscava os atores no Hotel Charrua e os levava para as locações. Segundo ele, a maioria das viagens era para Rio Pardo, no prédio que abrigou a antiga escola militar. Também recorda de gravações no Bairro Ramiz Galvão. “Ficava circulando com todos eles o dia todo. Houve noites em que cheguei às três horas da manhã”, conta.
Nesse período, pôde conversar com Paulo Betti, Tonico Pereira, Chico Díaz, Walderez de Barros, Paulo José e, é claro, Fernanda Torres. “Estavam todos no auge”, recorda. Certo dia, ao retornar de Rio Pardo, pôde ouvir Fernanda bater um papo literário com os colegas. “Ela estava lendo três livros e transitava bem entre eles. Eram todos cultos”, afirma.
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Também lembra da ajuda ao jornalista Mauro Ulrich para entrevistar a atriz. Durante as filmagens no antigo Club União, ela optou por retornar ao Charrua (situado a uma distância de 270 metros) de carro, diante do grande número de pessoas no entorno do local.
O motorista perguntou para Fernanda se ela poderia conceder uma entrevista ao repórter da Gazeta do Sul durante o trajeto, e ela atendeu ao pedido. De carro, o percurso não duraria mais de três minutos. No entanto, para garantir tempo suficiente para Mauro conversar com ela, decidiu “estender” a viagem.
Prestes a entrar no acesso ao Parque da Gruta, Fernanda virou para o motorista e disse: “Jaime, o papo está muito bom, mas você está me enrolando, né?”, em tom de brincadeira. Com o plano descoberto, ele retornou e a deixou no hotel. O jornalista agradeceu por ter conseguido um precioso tempo extra.
O autor da freada
Um dos momentos mais marcantes para Jaime Adam durante as filmagens de Luna Caliente foi sua participação em uma cena importante da minissérie. No clímax da trama, Ramiro, o personagem de Paulo Betti, mata um personagem e empurra seu carro para dentro de um rio. A cena, gravada em Ramiz Galvão, Rio Pardo, contou com a colaboração, até então anônima, do motorista de elenco. Para gravar uma cena em que o carro freia, instantes antes de cair no rio, o diretor Jorge Furtado pediu para Adam ficar dentro do carro. “Aquela freada foi minha”, celebra.
Fernanda tem chance de concorrer ao Oscar?
No dia que antecedeu a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, as especulações sobre a presença da atriz na 97ª edição do Oscar, marcado para 2 de março, tornaram-se um dos principais assuntos nas redes sociais. Uma sessão especial de Ainda Estou Aqui, destinada aos votantes da academia, estava agendada para ocorrer na quarta-feira, 8, com a presença da equipe. Contudo, o evento, considerado estratégico para a campanha do filme na premiação, precisou ser cancelado devido aos incêndios em Los Angeles.
A tragédia, já considerada histórica, resultou na morte de dez pessoas e na remoção de mais de 180 mil pessoas. Mansões de famosos e pontos turísticos de Hollywood foram totalmente devastados pela tempestade de fogo, que destruiu um sem número de moradias.
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A consequência foi o adiamento do anúncio dos indicados ao Oscar, marcado anteriormente para 17 de janeiro. Com isso, os votantes terão mais dois dias para fazerem suas indicações. O prazo está previsto para se encerrar no dia 14.
Além disso, durante a semana, os brasileiros ficaram preocupados após a notícia de que Fernanda não havia sido indicada ao prêmio do sindicato dos atores de Hollywood. Por ser considerado por muitos um termômetro para o Oscar, houve comentários de que a atriz poderia ficar de fora do maior prêmio da sétima arte.
No entanto, o diretor Jorge Furtado avalia que a colega, com quem trabalha há três décadas, tem grande chance de marcar presença na premiação da academia. “Não sei se há na história algum exemplo de o SAG Awards ter indicado alguma atriz estrangeira que falasse outra língua que não o inglês. Seria uma exceção total. A academia é bem maior que o sindicato; inclui artistas, inclui vários sindicatos, mais gente. E ela tem mais similaridade com o Golden Globe”, pondera.
Para o cineasta santa-cruzense Fred Luz, o Oscar vem procurando trazer mais diversidade à premiação. “Acredito que premiar uma mulher latina seria incrível. Se ela vai ganhar, eu não sei, mas vou estar torcendo!”.
Na sua avaliação, a atuação de Fernanda está perfeita e trazendo uma atenção enorme ao seu trabalho.
“Ela ter ganho o Globo de Ouro é premiar a consistência, o trabalho e o talento da atriz que ela é! Em um mundo de carreiras meteóricas e líquidas, a Fernanda é o exemplo sólido da relevância.”
O profissional destacou a oportunidade de trabalhar com a mãe da atriz, Fernanda Montenegro (que concorreu ao Oscar em 1999 pelo filme Central do Brasil, dirigido por Walter Salles, que também assina Ainda Estou Aqui). “Sei o quanto ela e a Fernanda Torres são talentosas e dedicam suas vidas à arte! Parabéns para elas e para o cinema brasileiro!”.
Na avaliação de Luz, a repercussão do filme brasileiro ocorre em um momento muito importante, já que o mundo está conhecendo a cultura e a história do País por meio de Ainda Estou Aqui. “Ver as lentes do cinema voltadas para o Brasil é enaltecer essa indústria tão importante que vem sendo atacada. É a arte fazendo seu papel de provocar e emocionar”, afirma.
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