Há uma semana, o vice-prefeito e secretário de Planejamento de Santa Cruz do Sul, Elstor Desbessell, revelou a intenção de se concluir a obra do calçadão da Rua Marechal Floriano, entre as ruas Borges de Medeiros e 28 de Setembro, até a última sexta-feira, 3. Já o ajardinamento e a decoração ficariam para sábado e domingo. Contudo, nessa segunda-feira os comerciantes chegaram em suas lojas e depararam-se com a mesma situação da semana anterior: poeira, confusão no trânsito, muito material de construção acumulado e, em alguns casos, até dificuldades de acesso aos estabelecimentos.
O primeiro fim de semana do mês do Natal – e após o pagamento da primeira parcela do 13º salário para boa parte dos trabalhadores – foi aquém do esperado no comércio local. E, para os lojistas, a razão é a obra. “Tivemos a mesma movimentação de outros sábados, embora acreditássemos que seria melhor, porque se aproxima o Natal e as pessoas estão com esse recurso extra de fim de ano”, lamenta Deise Ferreira, a gerente da unidade da Hering, que nessa segunda estava praticamente inacessível ao público – as pessoas tinham que pedir para entrar. A preocupação de Deise é ainda maior porque a rede estabelece metas, que podem acabar não sendo cumpridas. “Temos que argumentar com os responsáveis pela empresa”, acrescenta.
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Deise vê seus clientes tradicionais entrando na loja, mas aqueles que acabariam atraídos pela vitrine, elaborada com as novidades em vestuário, não chegam. “Enquanto estiver assim, eles não vão passar aqui na frente da loja e nós perderemos essas vendas.”
Não bastasse a dificuldade enfrentada pelos comerciantes, a obra tem problemas de ordem técnica, que acabarão tendo repercussão quando for dada como pronta. Um deles é a acessibilidade. O calçadão tem rebaixamento para facilitar a passagem de cadeirantes, mas não vai ao nível da rua, o que o torna inútil. Em alguns casos, a calçada ficou no nível ou acima do piso das lojas – e quando chover forte, acabará entrando água nos estabelecimentos. Contatada, a empresa responsável, a Elo Construções e Instalações, não deu retorno.
Vice-prefeito diz estar empenhado para agilizar a obra
Alvo de críticas do empresário Marcelo Garcia, em live exibida no Facebook nessa segunda-feira, o vice-prefeito e secretário Elstor Desbessell diz que entende a queixa dos lojistas, mas a lamenta. “Poderíamos ter usado desculpas, não assumir a obra dizendo que era do governo passado, mas estamos aqui. Falta um pouco de consideração dos lojistas, pois as quadras do lado não estão sendo atendidas como a deles está”, afirma. Em relação ao que foi transmitido na rede social, entende ser um direito do cidadão e ressalta que a Prefeitura seguirá com as ações para a conclusão.
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Desbessell afirma que é complicado estabelecer um prazo exato, dado que se trata de uma obra a céu aberto, sujeita às intempéries. “No primeiro mês, tivemos muita chuva”, comenta. Adianta que ficaram buracos e que tampões estão sendo providenciados. Sobre o atraso em relação à sua última previsão – de que a obra terminaria na sexta-feira –, diz que a empresa trouxe, na semana passada, 12 funcionários, mas quatro pediram demissão. “Falta mão de obra qualificada, mas a empresa tem trabalhado até nos finais de semana, o que não era o previsto no contrato”, reforça.
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Na live, Marcelo Garcia utilizou um mecanismo chamado de storytelling, que é a narrativa de uma história envolvente. Contou todo o processo do calçadão da Marechal Floriano, desde o início, em março de 2020, até os dias atuais. Disse que em diferentes momentos os empresários da quadra teriam solicitado a interrupção dos trabalhos, porque invadiriam o período natalino, prejudicando as vendas. “Fizeram o pedido para parar, porque não daria tempo. Nos dias seguintes, a empresa abriu ainda mais a calçada”, frisou. Chegou a mostrar um documento, escrito a punho pelo vice-prefeito, anunciando o dia 3 de dezembro como derradeiro para a obra – o que não aconteceu.
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“Esperávamos, nesta manhã, comentários de como ficou bonito”, comenta Desbessell, referindo-se à decoração que foi montada no fim de semana. Conta que no domingo, entre 6 horas e meio-dia, 20 funcionários públicos trabalharam na limpeza, colocação de flores, vasos, brita e ornamentação. “No entanto, insistem em brigar com a gente, mas não vamos brigar. Somos do diálogo, diferente do que aconteceu quando a obra começou.”
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