O atletismo brasileiro cumpriu na sexta-feira, 19, o objetivo de participar de mais duas finais do atletismo na Rio 2016, mas o desempenho em ambas acabou ficando abaixo do esperado pelos atletas. No lançamento de martelo, Wagner Domingos detinha um recorde pessoal na temporada que o colocaria no pódio: 78,63 metros. Sua expectativa, porém, não era repetir sua melhor marca, mas chegar aos 76 metros, o que seria suficiente para ficar entre os oito melhores lançadores.
Os planos começaram a dar errado quando ele perdeu o primeiro lançamento ao acertar a gaiola de proteção. “Fiquei um pouco receoso”, disse. Wagner explica que estava com dificuldades no terceiro e no quarto giro que faz com o corpo, justamente a parte do movimento que dá velocidade ao martelo.
Seus lançamentos foram de 71,97 e 72,28 metros, o que o desclassificou da segunda etapa da final, em que só os oito melhores entre os 12 classificados disputam a medalha. O ouro foi para o Tajiquistão, com Dilshod Nazarov, que lançou 78,68 metros. Ivan Tsikhan, da Bielorússia, ficou com a prata, e Wojciech Nowicki, da Polônia, com o bronze.
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“Eu esperava uma noite muito melhor. Não só pra mim, mas para todos os brasileiros. Vamos treinar e batalhar para nas próximas competições estar bem melhor”, lamentou.
Conhecido como Montanha, o atleta superou um câncer na bexiga há cinco anos e enfrenta a distância da família em seu treinamento na Europa. Ele não vai para casa desde dezembro do ano passado e torce para agora ter férias antes de retomar os treinamentos. “Vou conversar com meu treinador”, diz. “Sempre falo daquela música: ‘Voltei, Recife. A saudade me trouxe pelo braço'”.
REVEZAMENTO
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O revezamento 4×100 masculino foi outra final brasileira na noite de sexta-feira no atletismo. A prova marcou a provável despedida de Usain Bolt de provas olímpicas e a Jamaica ficou em primeiro lugar. O Brasil foi o sexto colocado, com a desclassificação das equipes dos Estados Unidos e de Trinidad e Tobago.
Na saída da prova, os atletas brasileiros disseram ser difícil fazer uma análise do desempenho, porque ainda não tinham assistido a um vídeo da prova, mas Jorge Vides acredita que a equipe “não acertou na corrida”. “Temos condição de fazer abaixo do que fizemos hoje”, disse.
O Brasil encerrou a prova com tempo de 38s41, enquanto todos os outros times fizeram menos de 38s. A melhor marca da equipe na temporada era 38s19. Para Bruno de Barros, a prova de revezamento está ficando cada dia mais difícil e os brasileiros podem ter perdido centésimos preciosos na passagem de bastão.
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“Agora é levantar a cabeça e continuar o trabalho para ano que vem no Mundial”, disse ele, que brincou ao comentar a aposentadoria de Usain Bolt: “Graças a Deus que ele parou. Não aguentava mais esse cara ganhar medalha na nossa frente”, disse ele, que também homenageou o jamaicano: “vai entrar para a história”.
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