Atletas brasileiros e estrangeiros que participam neste sábado, 5, do evento-teste de canoagem para os Jogos Olímpicos de 2016, na lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, criticaram a qualidade da água do local de competição. Segundo os competidores, a lagoa está com nível de algas acima do normal, o que atrapalha a disputa. “O nível da competição está muito alto e as algas infelizmente estão atrapalhando desempenho de alguns atletas, isso prejudica o esporte”, afirmou o atleta português Fernando Pimenta..
A brasileira Débora Benevides, atleta paraolímpica, foi mais dura no tom das críticas e afirmou que considera o local inadequado para a prática do esporte. “A água não está boa e não é um lugar adequado. Tem muitas algas que grudam no leme. No final das provas, os atletas têm que tirar um bolo que fica grudado no leme. Imagina isso ocorrendo em uma competição olímpica, a imagem do Brasil ficará ainda mais manchada. De todas as raias que já fui no mundo, essa era uma das que não recomendaria”, afirmou.
A atleta austríaca Viktoria Schwarz, que participou das duas últimas Olimpíadas, postou uma foto em uma rede social mostrando algas que encontrou durante a competição na Lagoa -ela fez parte da disputa de caiaque em dupla (K2 500 metros), com sua compatriota Ana Roxana Lehaci. “Encerrei a temporada com um quarto lugar no evento-teste olímpico no Rio. O trajeto é lindo, mas a água está cheia de algas. Pareceram 500 metros com obstáculos”, escreveu Schwarz.
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A reportagem entrou em contato com a organização do evento para falar sobre a qualidade da água, mas não obteve resposta até as 14h30 deste sábado.
Abandono de competição
Na sexta-feira, 5, primeiro dia de competição, quatro atletas brasileiros da elite de canoagem se recusaram a participar das provas por falta de pagamento. Entre eles estava Nivalter Santos, medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, e o campeão mundial. Segundo os canoístas, os salários estão atrasados há oito meses. “É bom deixar claro que o COB [Comitê Olímpico Brasileiro] nos dá apoio e está com a gente. Os problemas estão na Confederação Brasileira de Canoagem. Não acredito que a razão dos atrasos seja apenas burocracia”, disse Santos.
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Em nota, o BNDES alegou que os pagamentos foram suspenso no semestre passado, mas os repasses já voltaram a ser feitos. De acordo com o banco, a suspensão do contrato estava associada a uma alteração no acordo firmado com os atletas, que teriam solicitado uma mudança do local da concentração da equipe.
A autorização para esta transferência teria atrasado por dificuldades na obtenção da licença ambiental necessária para a presença dos competidores nesta nova área de treino, no município de Lagoa Santa (MG).Segundo o BNDES, a questão foi solucionada com um acordo firmado entre a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e o COB, que possibilitou a continuidade dos pagamentos de bolsa-auxílio.
O presidente da CBCa, João Tomasini Schwertner, negou falta de apoio e explicou que um problema burocrático atrasou a liberação de verba do BNDES. Em nota, o Ministério do Esporte disse que “espera que os atletas e dirigentes da canoagem de velocidade brasileira retomem a harmonia para que toda energia esteja voltada à preparação rumo aos Jogos Rio-2016.” Ainda de acordo com o órgão, “o grande apoio dado à modalidade pelo Ministério do Esporte vem se transformando em resultados esportivos extraordinários. Por este motivo, o Ministério credita um voto de confiança e espera que a situação volte à normalidade o mais breve possível”.
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