Atividade no campo precisa continuar: “A gente não para nunca”, diz produtor

As 26 vacas em lactação da raça holandesa, da propriedade do casal Olíbio e Cleoni Agnes, em Linha João Alves, têm duas horas por dia para dar leite. Por volta das 7 horas e às 18 horas, todos os dias, elas têm que entrar na estrebaria.

Por dia, a produção rende 360 litros, vendidos para a Cooperativa Dália. No trabalho está apenas o casal e quando um dos dois adoece, o outro tem que compensar o serviço. “Se a gente fica muito ruim, ajuda mais na hora da ordenha, depois vai se deitar”, contou Cleoni.

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O “ficar ruim” da agricultora é estar doente mesmo. “A gente não para nunca, a produção de leite nunca termina. Duas vezes por dia estamos aqui para ordenhar as vacas”, justificou Olíbio.

O produtor olha e questiona à reportagem: “Está tão ruim assim?”. Na compreensão deles, a pandemia do novo coronavírus deixaria Santa Cruz do Sul de fora do raio de contaminação.

O casal contempla o futuro com preocupação. A equação preço do leite baixo – R$ 1,24 –, mais a estiagem que castigou as pastagens e forrageiras que ajudam a alimentar o rebanho, parece representar um prejuízo logo ali na frente. “E se isso der uma crise por causa dessa doença, o que a gente faz? Teremos que continuar”, disse Cleoni.

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Na sabedoria do interior, o casal Agnes, habituado aos reveses da produção, ora com safra boa, ora com safra minguada, acostumou-se a se reinventar e levantar após cada tombo. “A gente não sabe ao certo no que vai dar ainda, mas acho que vamos conseguir superar, sempre conseguimos”, disse Olíbio.

O sino da Comunidade Católica São Francisco Xavier toca. São 18 horas em ponto e o rebanho precisa ser ordenhado. “Agora a gente tem que trabalhar um pouco”, avisou o produtor, encerrando a conversa.

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