Em 21 de abril, o santa-cruzense Sandro Paranhos e a esposa levaram as três filhas, de 4, 7 e 10 anos, ao Cemai. Acharam que o maior dos problemas era a condição da mais nova. Ao voltar para casa, no entanto, os cinco ocupantes do carro foram surpreendidos. Nas imediações do semáforo na esquina das ruas Tenente Coronel Brito e Fernando Abott, no caminho de uma farmácia para comprar remédio para a filha, uma pedrada acertou o capô do carro da família e causou um amassamento profundo na lataria.
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O dano material não importava. Naquela hora, Paranhos e a esposa só se preocupavam com as filhas que, desesperadas, começaram a chorar no banco de trás. O santa-cruzense que conduzia o veículo parou e estacionou. “Eu saí do carro e perguntei duas vezes quem tinha atirado aquele tijolo. Na segunda vez, um indivíduo olhou pra mim e disse ‘fui eu e atiro de novo’. Me ameaçou. As crianças começaram a gritar pedindo pra eu voltar. Eu usei a razão e saí dali”, disse Paranhos, de 49 anos.
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Ele conta que chegou a procurar alguma viatura da Brigada Militar no Centro, mas não encontrou. O jeito foi ligar para o 190 e informar. “Eu fiz minha parte como cidadão. Contei do ocorrido. Resolvi me manifestar nas redes e fui acompanhando outros relatos, até ver que o mesmo indivíduo que fez isso comigo estava fazendo com mais pessoas também”, disse.
“E o mais incrível, uma semana depois tive a infelicidade de ver o mesmo homem em conflito com pessoas perto de uma parada de ônibus”, complementou Paranhos. Mediante imagens divulgadas em aplicativos de mensagens e redes sociais, ele reconheceu que o suspeito é o mesmo responsável por vários outros delitos que aconteceram em Santa Cruz nos últimos meses, e que foi preso ontem pela Polícia Civil. Trata-se de Estrelinha.
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“Ele foi identificado com essa quantidade de fatos, mas imagina quantos casos como o meu, que nem sequer foi registrado. Pagamos impostos para ter segurança e tive um dano no meu carro que vou ter que arcar.” Estrelinha ainda figura como suspeito no caso de uma jovem de 28 anos que teve o rosto atingido por uma pedra, na noite de 11 de agosto, no centro de Santa Cruz do Sul.
A mulher perdeu a consciência com a pancada e foi atendida no Hospital Santa Cruz. Na mesma data, à tarde, o agressor teria entrado em um supermercado e comprado um pão com salame. Ao sair do caixa, pediu dinheiro para uma mulher. Esta negou, então ele teria ameaçado que a pegaria quando ela fosse para o carro. Um segurança viu e acompanhou o suspeito para fora do mercado. Lá, o rapaz teria desferido um soco no vidro e urinado contra a parede, próximo dos clientes.
A sequência de delitos não parou por aí. Em alguns casos, em represália após pedir e não receber dinheiro de motoristas estacionados, ele jogava pedras e arranhava carros, além de ameaçar motoristas. Na segunda-feira da semana passada, após ter arremessado pedras contra veículos, Estrelinha foi detido pela Brigada Militar. No entanto, assim que o registro foi efetuado na delegacia, ele foi posto novamente em liberdade, por não preencher na ocasião todos os requisitos para uma prisão em flagrante. Nessa segunda-feira, 22, foi detido após ter a prisão preventiva decretada.
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A Polícia Civil colocou atrás das grades o homem acusado de cometer uma série de agressões a pedestres mediante pedradas, além de danificar veículos de condutores e fachadas de lojas no centro de Santa Cruz do Sul. O indivíduo de 29 anos, que não teve o nome revelado e é conhecido no submundo do crime pelo apelido de “Estrelinha”, foi preso na tarde dessa segunda-feira, 22, na área central do município.
Ao todo, ele tinha 81 registros em sua ficha policial. Os casos de agressões e danos foram revelados com exclusividade pela Gazeta do Sul em matéria no dia 16 de agosto. Segundo a delegada Ana Luisa Aita Pippi, o acusado tinha 15 ocorrências somente neste ano por danos, ameaças, resistência, desacato e uma de lesão corporal.
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“Nem todas as vítimas representaram criminalmente, isto é, não geraram procedimentos policiais, pois são crimes que dependem de representações das vítimas para a Polícia Civil dar seguimento e encaminhar ao Judiciário. Alguns casos de danos são de ação penal privada e dependem de queixa-crime por parte das vítimas”, comentou a delegada.
A responsável pela 1ª DP salientou que não cabe prisão em flagrante nos delitos cometidos por Estrelinha, pois são de menor potencial ofensivo. “Representamos pela prisão preventiva, pois ele deveria ter se apresentado em Porto Alegre para colocação de tornozeleira eletrônica no dia 4 de abril, mas não foi. Desde então estava solto, descumprindo a ordem judicial”, explicou Ana Luisa. Após registro da prisão, foi encaminhado ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
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