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Atirador de escola de Goiânia ficará 3 anos internado

O adolescente de 14 anos que matou dois colegas e feriu a tiros outros quatro jovens no Colégio Goyases, em 20 de outubro, em Goiânia, foi condenado à pena de 3 anos de reclusão em um centro de internação localizado no interior de Goiás. Por razões de segurança, não foi revelado o município em que o jovem cumprirá a pena.

A reclusão de 3 anos é a pena máxima que o garoto poderia receber, conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A advogada da família do adolescente, Rosângela Magalhães, afirmou que chegou a apresentar um pedido de semiliberdade para o garoto, o que lhe daria a possibilidade de voltar para casa à noite, mas a solicitação foi rejeitada.

“Essa decisão era esperada, com base nos fatos. A nossa preocupação constante mesmo é garantir a segurança dele. Não tem local que garanta isso aqui em Goiânia, onde ele correria risco de morte. Por isso, deve permanecer no local onde já estava”, disse Rosângela. A família do jovem recebeu ameaças, segundo a advogada. 

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De acordo com Rosângela, o caso passará por reavaliações a cada seis meses, podendo abrir a possibilidade de que a internação seja, eventualmente, reduzida. “A gente sabe que a possibilidade de uma saída ocorrer daqui a seis meses é nula. Isso só tem alguma possibilidade de acontecer daqui a dois anos”, comentou.

A defesa do adolescente esperava a conclusão de laudos psicológicos e psiquiátricos. Segundo Rosângela, esses laudos não apresentaram nenhuma anomalia ou patologia. De acordo com a defesa, o jovem sofria bullying por parte dos colegas. 

Abatimento

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Nesta terça-feira, 28, durante o anúncio da sentença, o garoto permaneceu quieto. “Ele estava muito abatido, calado. A gente já vinha preparando ele para essa hipótese, dizendo que não havia outro caminho”, disse.

No internato, o adolescente terá direito a, no máximo, duas horas de visitação por semana. A previsão é de que fique em local isolado, convivendo com os demais apenas em horários de alimentação e banho de sol.

Rosângela Magalhães disse que a lei abre espaço para apresentação de recurso nos próximos dez dias. “Temos essa possibilidade, mas a ideia é não recorrer”, comentou.

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O caso

O garoto é filho de policiais militares. A mãe atua na área administrativa, em cursos de formação de policiais da Academia da corporação. O pai, o major Divino Aparecido Malaquias, trabalha na Corregedoria da polícia e já foi comandante do Batalhão da PM que faz a segurança do complexo prisional de Aparecida de Goiânia.

Na manhã de 20 de outubro, o estudante sacou uma arma que havia levado dentro da mochila no intervalo entre aulas e atirou contra seus colegas em uma sala do 8º ano de um colégio particular de um bairro de classe média. A pistola pertencia à mãe do rapaz, que agora responde a inquérito militar pelo episódio. O jovem alegou sofrer bullying dos colegas.

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Os adolescentes João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, morreram no local. Outros quatro alunos – Yago Marques e Marcela Macedo, de 13 anos, Lara Borges e Isadora de Morais, de 14 – também foram atingidos pelos disparos, mas escaparam com vida. Isadora ficou paraplégica e hoje passa por tratamento em um centro de reabilitação. 

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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