Desde o início da pandemia de coronavírus, aumentou a busca por atendimento em saúde mental nos postos de saúde e nos serviços da atenção especializada do Rio Grande do Sul. O fenômeno foi identificado a partir de uma pesquisa realizada pela Coordenação Estadual de Saúde Mental da Secretaria da Saúde (SES).
Gestores de 402 municípios gaúchos participaram da pesquisa. Nos serviços da Atenção Básica (como nas Unidades Básicas e Estratégia Saúde da Família), 78% gestores municipais perceberam um aumento na demanda desta natureza. Nos serviços da atenção especializada (Centros de Atenção Psicossocial), 68% dos gestores relataram essa maior demanda.
Entre os principais sintomas de saúde mental que fazem as pessoas procurarem mais os serviços de saúde estão ansiedade, nervosismo ou tensão, perturbação de sono e uso abusivo de álcool ou medicamentos e outras drogas.
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“Durante uma pandemia, é normal a exacerbação de emoções e sentimentos. Essa situação implica em uma perturbação psicossocial que pode afetar toda a população, em diferentes níveis de intensidade e gravidade”, explica a coordenadora da Saúde Mental, Marilise Souza.
A especialista diz que não há uma forma de “medir” as emoções, para saber se os próprios sintomas ou os de alguém próximo podem ser considerados dentro do “normal” para as atuais circunstâncias ou se está na hora de procurar ajuda profissional. “Isso é muito subjetivo. O que se deve questionar é o quanto essas perturbações estão atrapalhando no seu dia a dia”, completa Marilise.
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As taxas de internação hospitalar por transtornos mentais e comportamentais, no entanto, não tiveram aumento durante o primeiro quadrimestre deste ano em relação ao ano passado (foram 9.919 internações entre os meses de janeiro e abril de 2020 e 10.896 internações no mesmo período de 2019).
Para preparar os municípios para o enfrentamento dos eventuais desdobramentos em saúde mental decorrentes da pandemia, a SES recomenda aos gestores municipais a elaboração de Planos Municipais de Cuidados em Saúde Mental e Apoio Psicossocial. As diretrizes do que deve constar nos planos estão disponíveis no site sobre coronavírus da SES junto ao Plano de Contingência Estadual.
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Apoio remoto
Quem precisa de apoio profissional pode fazer um atendimento online gratuito pelo Projeto ReviraSaúde, da Secretaria da Saúde em parceria com outras instituições e universidades. Os profissionais cadastrados são de diversas áreas da saúde e disponibilizam atendimento por telefone, WhatsApp, Skype, Facebook ou outro contato online.
Cuidados com saúde mental
Dicas da SES e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para manter a mente saudável durante o isolamento social:
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• Manter as rotinas de sono, fazer exercícios físicos e ter alimentação saudável;
• Cuidar dos outros também faz bem. A solidariedade faz bem para quem a recebe e também para a saúde mental de quem a faz;
• Não se expor tanto a informações ao longo do dia. Procurar fontes fidedignas e em horários específicos. É importante se manter informado, mas o excesso pode causar ansiedade ou estresse;
• Evitar o uso de tabaco, álcool e outras drogas;
• Manter contato virtual com familiares e amigos frequentemente;
• Estar alerta aos sinais de estresse e raiva nas crianças e idosos que estão sob sua tutela. Explicar a essas pessoas a importância de se proteger e tentar acalmá-los;
• Ajudar crianças a se expressarem, com atividades criativas e lúdicas;
• Buscar o sistema de saúde quando for realmente necessário;
• Não é porque profissionais de saúde passam por um momento de maior ansiedade que são incapazes de realizar o trabalho ou uma pessoa fraca. É indispensável fazer pausas entre os turnos e mesmo durante o turno de trabalho.
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