Inúmeros estrangeiros que chegam ao Brasil pela primeira vez não escondem a surpresa com o potencial verde-amarelo. Relevo, clima, oportunidades econômicas e tradição de país pacífico são parte do cabedal de qualidades arguidas pelos visitantes.
Apesar dessas características, a incapacidade de encetar um mutirão positivo faz o país dar um passo à frente e quatro para trás. A tradicional comparação do Rio Grande do Sul com um balaio de caranguejos também serve ao Brasil. Sempre alguém “puxa para baixo” aqueles que tentam fazer algo diferenciado.
A radicalização que dividiu o Brasil de forma mais intensa desde o ano passado tem capítulos diários e explosivos. São misturas perigosas que comprometem o futuro de gerações em troca de favores, ideologias – muitas vezes ultrapassadas e/ou comprovadamente fracassadas – e vaidades.
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As redes sociais potencializaram as posturas que primam pela falta de civilidade. Existem nichos, com ênfase para grupos de WhatsApp, especializados em semear a cizânia. Conteúdos falsos, vídeos manipulados, fotos trucadas e manchetes manipuladas deixaram de ser exceção. São onipresentes. Os objetivos incluem destruir reputações, comprometer biografias e alcançar notoriedade a qualquer custo.
Impressiona o engajamento de personagens dotados de aparente inteligência, experiência e comprometimento. Ao acompanhar as redes sociais, muitas vezes sou tomado pela dúvida. Nessas ocasiões, peço ajuda aos amigos porque duvido do que leio. É inacreditável que celebridades das mais variadas áreas de atuação se deixem levar por paixões ideológicas que beiram o comportamento infanto-juvenil da eleição de diretórios acadêmicos e grêmios estudantis.
Em pleno século 21, causa espanto constatar que temos à disposição informações inimagináveis há poucos anos, mas o cotidiano mostra que isso pouco serve para melhorar a vida das pessoas. Todo esse material é utilizado em proveito próprio e interesses escusos.
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Uma legião de 13 milhões de pessoas não tem emprego. Programas governamentais são criados, empresários elaboram planos de aperfeiçoamento de mão de obra, mas os predadores são incansáveis. Ao invés de se gastar energia em busca de novidades, o tempo serve para detonar os autores da ideia. Para estes é prioritário destruir quem sabe mais, quem empreende, pensa “fora da caixa” e ousa criar.
Independentemente de partido, ideologia ou tribo, estou saturado com a grenalização que parece eterna no Brasil. Estou cansado das escaramuças pessoais que comprometem objetivos maiores. Chega de boicote, sabotagem, enganação, simulações e burlas. Uma onda ética precisa tomar conta do país, sob pena de ampliar os efeitos nefastos sobre as novas gerações.
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