A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) calcula que 13% do tabaco do tipo Virgínia colhido na safra 2019/20 foi comercializado até o momento com as empresas integradoras. A estimativa, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, é de que os produtores alcancem uma produção de 611.600 toneladas nesse ciclo.
O presidente da entidade, Benício Albano Werner, destaca que as vendas nas esteiras começaram na metade do mês de janeiro. Lembra, ainda, que no mesmo período do ano passado os fumicultores já haviam entregue para a indústria 14% da colheita de Virgínia.
Segundo o dirigente, como o percentual de negociação está mais baixo, e pelas informações obtidas junto a agricultores que entregaram sua safra, o clima é de preocupação no setor. “Poucos se manifestam pelas redes sociais que estão satisfeitos”, ressalta. Entre os produtores de tabaco visitados no acompanhamento da comercialização, Werner reforça que a expectativa também era de um preço melhor para o tabaco enviado às indústrias.
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Na localidade de Cerro da Boa Esperança, no interior de Passo do Sobrado, o casal Fábio Roberto Baierle e Catiléia Haas Baierle realizou duas entregas nesta safra, a última há aproximadamente 15 dias.
Com média de R$ 164,00 por arroba, os fumicultores reforçam que não estão plenamente satisfeitos. Porém, dentro da realidade da colheita, prejudicada pelo clima, as vendas não podem ser consideradas negativas.
“A maioria dos produtores está queixosa, depende da empresa que vai comprar”, da firma Catiléia. Eles colheram 150 mil pés, dos quais apenas 200 arrobas já foram entregues para as empresas.
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O que pensa a Fetag/RS
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, avalia como negativa a negociação do tabaco até o momento. “Nos últimos anos a negociação não vem surtindo o efeito necessário, pois o preço está defasado. Algumas empresas mudaram as tabelas e baixaram os preços, que hoje estão aquém daquilo que deveria ser a remuneração para o produtor.” O dirigente também reforça sua frustração diante das rodadas para negociação dos valores, que novamente terminaram sem acordo.
Ressalta que, nos últimos anos, os encontros não têm avançado. “Agora cada empresa faz seu custo de produção e suas maneiras de interpretar esses custos”, lamenta. Para Silva, é preciso criar critérios bem claros para o Fórum Nacional de Integração (Foniagro), para que os custos de produção da lavoura de tabaco sejam definidos em conjunto. A Fetag/RS ainda defende que as negociações sejam diferentes em cada estado, pois os custos têm variado.
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