Após o ataque a uma creche de Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, as atenções em torno da segurança dos estabelecimentos repercutiram entre especialistas na área, pais e professores. Da mesma forma, a população ainda tenta entender o que levou um homem de 25 anos a entrar armado com uma machadinha no local. Ele matou quatro crianças com idade entre cinco e sete anos e feriu outras cinco. Em seguida, se entregou à Polícia, que apura as motivações para o crime.
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Imediatamente a notícia se espalhou e acendeu o alerta a respeito dos riscos destes episódios. Desde os anos 2000, ao menos 40 alunos e professores foram mortos em atentados a escolas no Brasil. Segundo registros oficiais, foram 18 ataques, totalizando 70 feridos no período. Além disso, houve aumento na frequência deste tipo de crime nos últimos tempos. No ano passado, foram quatro casos. Um dos episódios mais recentes ocorreu no dia 27 de março, em uma escola paulista, onde um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professoras, provocando a morte de uma delas.
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Com o acontecimento dessa quarta-feira, o governo federal decidiu criar um grupo de trabalho interministerial para traçar medidas para valorização da “cultura de paz” e contra violência no País.
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o ministério fará investimento no valor de R$ 150 milhões destinado a um fundo nacional de segurança pública em escolas a estados e municípios. Dentre as medidas, haverá o fortalecimento do apoio a rondas escolares.
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De acordo com o ministro, a partir hoje, 50 policiais vão se dedicar exclusivamente ao monitoramento das ameaças feitas por meio da internet. Paralelamente a isso, Flávio Dino também defendeu a importância de se regulamentar em parte as redes sociais para evitar a propagação de violência e intolerância.
Com o objetivo de propiciar um ambiente seguro tanto aos profissionais quanto aos estudantes de Santa Cruz do Sul, houve a implantação nas 47 escolas municipais de educação infantil e de ensino fundamental do sistema de reconhecimento facial por câmeras. Os dispositivos, conectados ao Centro Integrado de Comando e Controle (CEICC), na Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana, são capazes de identificar todas as pessoas que ingressarem nos educandários, apontando todo e qualquer indivíduo não catalogado e estranho ao ambiente escolar. O trabalho conta com o apoio das próprias escolas, que estão fazendo o cadastramento fotográfico de pais e estudantes.
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As câmeras estão instaladas na entrada de todos os educandários municipais e registram o rosto de cada indivíduo que passa por elas. Juntamente com a imagem, o sistema também descreve características físicas (barba, por exemplo), estado emocional (se a pessoa está brava ou com medo) e, também, se usa acessórios, como óculos. Ao captar um rosto que não está cadastrado naquela comunidade escolar, o sistema alerta os agentes do CEICC, que passam a adotar as medidas necessárias.
O secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis, destaca que Santa Cruz do Sul é um dos poucos municípios brasileiros a adotar um sistema de segurança, que tem papel fundamental na prevenção de incidentes no ambiente escolar. “Temos obrigação, como ente público, de levar a prevenção ao limite. Não podemos deixar que fatos desagradáveis aconteçam para depois tomarmos providências”, destacou.
Além do investimento em tecnologia, o secretário lembrou das ações da Ronda Escolar. Realizada pela Guarda Municipal, ela mantém veículos em circulação no entorno das instituições de ensino durante o período de aula, e que são acionados quando as câmeras de videomonitoramento identificam qualquer anormalidade.
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Conforme Reis, é natural que a população se inquiete diante dos episódios de violência em escolas de São Paulo e de Santa Catarina. Entretanto, destacou que o poder público local tem agido neste sentido. “Santa Cruz está investindo pesado em tecnologia e servidores. Estamos desenvolvendo um trabalho de ponta, tecnológico”, afirmou.
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O secretário de Educação, Wagner Machado, avalia que os investimentos em segurança são indispensáveis. Entretanto, ele salienta que iniciativas como o Pacto Santa Cruz pela Paz e programas como Bombeiro Mirim, Guarda Costas Mirim e Proerd também são necessários. “É preciso um olhar focado nos alunos, na saúde mental deles, abordando inteligência emocional, valores, combate ao bulliyng, como aplicamos em nossa rede. Isso é essencial e precisa continuar sendo incentivado com muito vigor”, reforçou.
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Para Machado, também é preciso dar maior atenção ao que os jovens acessam no universo digital. “O acesso dos jovens à tecnologia é irrestrito e imoderado pelas famílias. Poucas delas sabem de fato com quem seus filhos e filhas estão conversando, quais influências estão recebendo”, ponderou.
O autor do ataque pulou o muro da escola infantil Cantinho Bom Pastor, uma instituição particular. Ele estava com uma machadinha e atacou as crianças que brincavam no parquinho. Após, se entregou e foi preso. Segundo os investigadores, o homem tem antecedentes por porte de drogas, lesões e danos. O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que não há indícios de que o ato foi coordenado por outras pessoas por meio de redes sociais, jogos ou plataformas virtuais. Segundo ele, foi um “caso isolado”.
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