Não há um só dia em que os brasileiros não tomem conhecimento de absurdos privilégios financeiros e abusos funcionais auferidos pelas elites do Estado brasileiro.
De imediato, importa esclarecer uma diferença fundamental entre o ambiente público-estatal e o ambiente privado. Regra geral, privilégios privados são auferidos à conta do seu desempenho, seja pessoal ou empresarial.
À conta de seu trabalho, rendas e lucros, na proporção do que julgar razoável e, obviamente, assumindo os riscos inerentes aos excessos e equívocos administrativos.
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Mas também importa registrar que há privilégios privados que decorrem de subsídios e financiamentos público-estatais, porém, duvidosamente administrados e fiscalizados pelas autoridades responsáveis.
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E a propósito de administração, dinheiro e bens públicos, basta olhar no derredor e observar vários exemplos de desleixo, desídia, desperdícios, abusos, corrupção, etc. E a explicação, qual seria?
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Simples. Somos uma nação de baixíssima consciência comunitária e cívica, logo, de baixa vigilância e fiscalização dos bens públicos. Resumida e consequentemente, dinheiro e bens públicos não têm dono, não têm patrão. E o que não tem dono, nem chefe, é de todos. Legal ou ilegalmente, legítima ou abusivamente.
Quanto aos privilégios, exemplos não faltam. Planos de saúde, auxílios-moradia, planos previdenciários complementares, aposentadorias e pensões muito acima do teto do INSS, mais de 13 salários anuais, férias e folgas incomuns, autoafirmados valores atrasados e compensações periódicas são as principais “conquistas” das elites estatais.
Sem constrangimento e sem pudor, afirmam tratar-se de direitos adquiridos. Não à toa, periodicamente reclamam isonômicos aumentos salariais e benefícios gerais entre os feudos que se lhes assemelham.
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Sobretudo praticados no Parlamento, no Judiciário, no Executivo e nas autarquias e empresas estatais, entre outros feudos públicos. É uma “festa” para a qual os manés não foram convidados.
Submetido a limitados serviços públicos de saúde, de educação e de segurança, espremido entre o salário mínimo e o “teto” do INSS, ou na quilométrica fila do SUS, pergunto: por que o cidadão e contribuinte deveria pagar esse conjunto de privilégios para as elites do serviço público?
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Concluindo, que qualificação pode se dar a uma estrutura pública que contempla tamanhas diferenças de tratamento entre os seus cidadãos? Seria uma cleptocracia? Uma autocracia? Uma oligarguia? Ou seria a tão (ultimamente) decantada e vigilante democracia?
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