Com faixas, cartazes e balões azuis um grupo percorreu a Marechal Floriano na tarde do último sábado. O ato teve o objetivo de chamar a atenção para a causa autista e marcou a primeira grande mobilização pública da Associação Inclusão e Respeito ao Autista (Aira).
Fundada em junho deste ano, a associação é formada por pais e responsáveis de autistas, mas está aberta para toda a comunidade. Atualmente a Aira funciona em uma sede provisória no Bairro Aliança e conta com o suporte de voluntários nas áreas jurídica e contábil, mas está em busca de parceiros. Médicos, como neurologistas e psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e nutricionistas que queiram colaborar são bem-vindos, destaca a presidente Adriane Kasburg. Da mesma forma, a entidade busca pedagogos, psicopedagogos, educadores especiais e educadores físicos para trabalhos voluntários. “Além do mais, necessitamos de patrocinadores para a confecção de camisetas da associação, uma vez que a venda será revertida em favor da causa autista e do desenvolvimento de projetos da associação”, completa a conselheira fiscal Allana Focking Froehlich.
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A causa autista tem sido motivo de atenção em todo o planeta. Nos últimos tempos a quantidade de diagnósticos positivos aumentou significativamente. Conforme dados norte-americanos da Central of Disease Control (CDC), a prevalência de Transtorno do Espectro Autista (TEA) saltou de 1 em cada 150 crianças no período de 2000–2002 para 1 em 54 em março de 2020. Trazendo estes números para a realidade local, pois o censo demográfico que iria incluir informações relacionadas ao TEA acabou não sendo realizado, a direção da Aira estima que em Santa Cruz do Sul sejam 2,3 mil portadores do transtorno.
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Estes dados reforçam a importância de mobilizações em busca de políticas públicas de atendimento a indivíduos autistas. No entanto, hoje, conforme a presidente, a prestação básica e escolar ainda é precária. “Não possuímos quantidade suficiente de profissionais da área da saúde, neurologistas especialistas em autismo, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais com especialização em Terapia ABA e Denver (hoje referências para o tratamento de TEA)”, salienta.
Conforme Adriane, nem todas as escolas estão preparadas para esta nova realidade. “Hoje, mesmo com pouco tempo de fundação, buscamos por meio do poder Legislativo auxílio para que essas demandas sejam supridas, pois temos leis que já garantem esse atendimento”, complementa.
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Para entender
- O símbolo do autismo (laço com quebra-cabeça) tem o significado da individualidade do portador. Cada autista tem seu jeito singular e individual de ser. E por isso, a necessidade de atenção de profissionais capacitados na rede de atenção, que inclui serviços de saúde e educação.
- Ainda que nos últimos tempos tenham ocorrido avanços e especialmente uma maior visibilidade para o tema, surgem dúvidas acerca do que ele representa. Conforme o Canal Autismo, o autismo – nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) – é uma condição de saúde caracterizada por deficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Por este motivo é que se usa o termo espectro, pelos vários níveis de suporte que necessitam. Há desde pessoas com outras doenças e condições associadas, como deficiência intelectual e epilepsia, até indivíduos independentes, com vida comum e até aqueles que nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.
- Hoje sabe-se que as causas do autismo são em sua maioria genéticas, mas também podem haver influências externas. Em alguns casos, os sinais podem aparecer a partir de um ano e meio de vida, mas em situações mais graves isso pode ocorrer antes. O tratamento é interdisciplinar, e recomenda-se que aos primeiros sinais já se busque o suporte necessário e o diagnóstico. Além de terapias comportamentais, também podem ser prescritos medicamentos, dependendo do caso.
Inclusão e suporte são fundamentais
A origem da associação em Santa Cruz do Sul está em sintonia com uma realidade global. De um lado busca a união de pessoas que tenham de algum modo interesse pela causa autista, e de outro trabalha pela efetivação dos direitos. “Ainda há urgência de políticas públicas a serem implementadas, pois os autistas precisam de auxílio e estimulação constantes, como é o caso de tratamentos e acompanhamentos de profissionais especializados, tais como neuropediatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores especiais, psicopedagogos e fonoaudiólogos, dentre outros”, ressalta Allana Focking Froehlich.
Inclusão e suporte são fundamentais
A origem da associação em Santa Cruz do Sul está em sintonia com uma realidade global. De um lado busca a união de pessoas que tenham de algum modo interesse pela causa autista, e de outro trabalha pela efetivação dos direitos. “Ainda há urgência de políticas públicas a serem implementadas, pois os autistas precisam de auxílio e estimulação constantes, como é o caso de tratamentos e acompanhamentos de profissionais especializados, tais como neuropediatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores especiais, psicopedagogos e fonoaudiólogos, dentre outros”, ressalta Allana Focking Froehlich.
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