A Associação de Amigos do Solar do Almirante (Aasa) começou a dar os primeiros passos efetivos para garantir a preservação da edificação mais antiga da cidade, construída em 1790, e com as portas fechadas há mais de três anos. Após obter a cessão de uso provisória do imóvel da Superintendência do Patrimônio Histórico da União e as chaves do prédio do prefeito Rafael Reis Barros no fim do ano passado, a entidade agora prepara as campanhas para sócios, publicitária e um evento no próprio solar.
O objetivo da Aasa é restaurar o prédio em etapas, contando com o apoio da iniciativa público e privada, para que possa se tornar um espaço autossustentável, em condições de abrigar atividades culturais e artísticas. As intervenções mais urgentes são no telhado e nas paredes externas para estancar as infiltrações. A presidente da associação, Patricia Boeira da Fontoura, explica que, dentro do projeto que o grupo começou a elaborar há um ano, estava previsto que algumas fases só poderiam ser executadas após obter a cessão de uso e a entrega das chaves. “O trabalho publicitário e a elaboração da nossa marca estavam entre eles. Com a conclusão destes, começaremos as novas etapas”, salienta.
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Após o recebimento da cessão de uso do imóvel, o engenheiro civil pernambucano, mestre em Construção Civil, Luiz Fernando Bernhoeft visitou o prédio histórico, unindo forças ao projeto da Aasa. “Nos deixou animado quanto às condições de segurança do laudo e a possibilidade de não se gastar muito com a parte estrutural, podendo investir em outros aspectos”, afirmou ao fazer uma avaliação preliminar.
A agência de mídia social Elementar Branding + Design é a responsável pela criação da identidade visual da Aasa. Outro procedimento executado foi a limpeza do entorno do prédio e colocação de um portão de acesso para garantir sua segurança. A Prefeitura de Rio Pardo mantém o custeio das contas de energia elétrica e do alarme existente na estrutura. Patrícia explica que o cálculo atualizado das patologias está pronto. Com a conclusão da marca, terão início as campanhas de arrecadação de verbas e para sócios.
Apoio da Unisc
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O curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), representado pela coordenadora Adriana Schwindt da Costa e pelo arquiteto Luis Schneider, reafirmou o apoio ao projeto em busca da preservação, conservação e valorização do patrimônio histórico. “Associando teoria e prática, Rio Pardo, o sobrado e seu entorno serão objeto de estudos, discussões e propostas projetuais em distintas disciplinas e escalas, a serem definidos no início deste semestre”, diz a nota enviada à Aasa. “Muito além de deixar a edificação em bom estado de conservação e habitável, o grande desafio é trazer vida novamente ao sobrado e seu entorno, qualificando as relações sociais, a sensação de pertencimento ao lugar e, consequentemente, fazendo com que a população valorize, cuide e conserve este local tão lindo.”
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O prédio, localizado na Rua Almirante Alexandrino, esquina com a Rua São Francisco, configura-se como um típico sobrado do século 18, reunindo soluções funcionais, construtivas e estéticas que são representativas do período colonial da história brasileira. Dessa forma, a construção é considerada um dos mais significativos remanescentes dessa fase da arquitetura brasileira no Estado. A construção do prédio ocorreu em 1790, por Mateus Simões Pires, um dos primeiros açorianos a chegar em Rio Pardo. O sobrado, de arquitetura colonial, foi erguido em barro e madeira dois metros acima do nível da rua. Inicialmente era um prédio comercial, composto de 12 salas e uma senzala em dois pavimentos.
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