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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Assobiando na boleia

Os urbanos, em 1950. No primeiro ônibus, Ronaldo está com o pé no para-choque. No terceiro carro, o mais gordo é Helmuth Filter. Ao fundo, a chaminé da Mercur | Foto: Arquivo de Ruy Born

Semana passada, lembramos da trajetória do alfaiate e músico Ronaldo Born no Jazz Batucada (da família Kothe) e na Orquestra de Concertos Lyra. Com ajuda do seu filho Ruy, recordamos hoje sua participação no transporte coletivo em Santa Cruz do Sul.

Em 1940, Ronaldo casou com Elly Ilma Filter, filha de Helmuth Filter, pioneiro no transporte de passageiros entre Santa Cruz e Candelária. Born passou a auxiliar o sogro como motorista. Ruy conta que os ônibus não tinham rádio e que seu pai, como bom músico que era, dirigia assobiando as canções prediletas dos passageiros.

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Também lembra de histórias sobre as viagens nos tempos em que as estradas não eram asfaltadas e os ônibus acabavam em atoladouros, os temidos “tatus”. E recorda de histórias ainda mais antigas e relatadas por seu avô Henrique Filter, primeiro concessionário de uma linha entre Santa Cruz e Cachoeira do Sul, no início do século passado. O serviço era prestado com carroças puxadas por cavalos e burros.

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Ônibus misto, com carroceria de madeira, fazia o trajeto entre Santa Cruz e Candelária | Foto: Arquivo de Ruy Born

As diligências tinham bancos de madeira sem encosto e uma tolda de lona, para dar conforto aos passageiros. Ao meio-dia, na altura do Arroio Plums, havia uma parada para o almoço, preparado na sombra de uma árvore. Os animais descansavam e bebiam água, para aguentar o resto da viagem. Só mais tarde foram adquiridos ônibus mistos.

Em abril de 1950 foi constituída a empresa Filter & Born, dos sócios Edgar Filter, Ronaldo Born e Arnoldo Becker. Esta firmou convênio com a Prefeitura para organizar o transporte coletivo urbano de Santa Cruz. Foram criadas três linhas (Kothe, Agnes e Arroio Grande), passando pelo Centro. Os ônibus eram modernos, com carrocerias de madeira. Ronaldo e Helmuth atuavam como motorista, até a venda da empresa por volta de 1955.

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Born deixou a sociedade com o sogro para instalar alfaiataria em Candelária. Junto, abriu uma filial da antiga Renner, que vendia roupas masculinas. Ele faleceu em Santa Cruz do Sul, em 1975.

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