Com 45 votos favoráveis e apenas três contrários, a Assembleia Legislativa confirmou, nesta terça-feira, 22, a cassação do deputado estadual Ruy Irigaray (PSL). Com isso, ele se tornou o terceiro parlamentar cassado da história do Legislativo – antes dele, foram Diogenes Basegio (PDT), em 2015, e Mário Jardel (PSD), em 2016.
Um processo por quebra de decoro parlamentar foi aberto contra Irigaray após uma reportagem do Fantástico, em fevereiro do ano passado, apresentar indícios de que ele utilizou mão de obra de servidores vinculados ao próprio gabinete na reforma de um imóvel da sogra e em tarefas domésticas. Duas outas acusações, de que teria se apropriado de parte dos salários de funcionários, prática conhecida como rachadinha, e atacado desafetos por meio de perfis falsos nas redes sociais, foram arquivadas pela Comissão de Ética.
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Em discurso durante a sessão, Irigaray voltou a negar as acusações e afirmou ser vítima de uma “conspiração política”. Disse que as ex-assessoras que o denunciaram adulteraram documentos e que o imóvel onde os servidores, conforme a denúncia, teriam prestado serviços fora do horário de funcionamento da Casa foi utilizado como gabinete funcional durante a pandemia e que isso teria sido informado à Assembleia em maio de 2020. “A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi induzida ao erro”, afirmou.
Dentre os deputados que se pronunciaram, Luciana Genro (Psol) disse que a corrupção não tem ideologia e que é preciso combatê-la tanto na esquerda quanto na direita. Já Fábio Ostermann (Novo) disse que episódios como esse afetam a confiança da população nas instituições. “Esse desejo de renovar a política brasileira não poder ser abalado por casos circunstanciais e isolados como o que estamos vendo hoje”, falou.
Além de Irigaray, os únicos deputados que votaram contra a cassação foram Vilmar Lourenço (Progressistas) e Rodrigo Maroni (PSC).
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