Bem mais de três décadas se passaram desde o momento em que o tenente Pete “Maverick” Mitchell e os colegas, pilotos de caças da marinha americana, emocionaram o mundo com voos de tirar o fôlego em Top Gun – Ases Indomáveis. Até hoje, é uma das produções de maior repercussão do cinema, que, com um orçamento de meros US$ 15 milhões na época, obteve retorno de estupendos US$ 353,8 milhões em bilheteria. Sob direção de Tony Scott, o filme consagrou o jovem ator Tom Cruise, de 24 anos.
Pois um Cruise já quase sessentão (aniversaria no dia 3 de julho) volta à cena, vivendo o mesmo personagem, devidamente maduro, em Top Gun: Maverick, a grande atração deste final de semana nas telas, com sessões de pré-estreia nos dois cinemas de Santa Cruz do Sul. Na semana que vem, ingressa em definitivo no circuito.
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Quando o primeiro Top Gun foi lançado, corria o já longínquo ano de 1986. O Brasil ainda vivia sob a comoção da morte recente de Tancredo Neves, e da posse do vice José Sarney, na primeira eleição após mais de duas décadas de regime militar. Na Europa, o Muro de Berlim ainda estava em pé, e, como ele, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com a reverberação do clima de guerra fria.
Foi naquele contexto, em meados dos mágicos anos 1980, que, inspirado em artigo de um jornalista israelense, Ehud Yonay, os “top guns” (ou “caças de elite”, algo nessa linha) se tornaram uma expressão popular entre pessoas de todas as idades, de todas as extrações sociais. E o jovem Tom Cruise virou o astro da vez, como um aspirante da Escola de Armas de Caças da Marinha americana. Ele encena uma rivalidade com o concorrente Iceman (Val Kilmer), mas, no final das contas, eles aprendem a se respeitar.
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E há ainda no enredo, claro, a presença de Kelly McGills, como “Charlie”, instrutora da academia, com a qual Maverick se envolverá. Tudo embalado por uma trilha sonora de derreter, e que segue intacta até hoje nas rádios de perfil lounge: como esquecer de Danger Zone, de Kenny Loggins, ou da eterna Take My Breath Away, de Berlin (esta recebeu inclusive o Oscar de melhor canção original), ou ainda da instrumental Top Gun Anthem, de Harold Faltermeyer e Steve Stevens, tendo sido o primeiro o responsável por toda a trilha.
Agora, uma nova jornada se inicia para o time dos Top Guns. E eles terão de voar sob a batuta de um novo cineasta. Entre uma produção e outra, até mesmo o diretor do primeiro filme, Tony Scott, se despediu da vida: suicidou-se em 2012, aos 68 anos. Quem responde pela continuação é Joseph Kosinski, que dispõe de um orçamento dez vezes maior do que o original, com US$ 152 milhões.
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As tratativas para esse segundo começaram em 2010, ainda com Scott no projeto, mas só se efetivaram mesmo em 2017, já com Cruise de novo na parada, e a confirmação de Faltermeyer para cuidar da trilha. E então, além de tudo, apareceu uma pandemia no meio do caminho, que levou ao adiamento da chegada do segundo Top Gun às telas. O que, para felicidade dos espectadores, finalmente se concretiza.
As filmagens principiaram em meados de 2018, em San Diego, na Califórnia, e se estenderam até outubro. Além de Tom Cruise mantido (obviamente) como o personagem Maverick, Val Kilmer faz mais uma vez o papel de Tom “Iceman” Kazansky. Miles Teller, Glen Powell, Ed Harris e Jon Hamm também estão no staff, enquanto Jennifer Connelly é o principal nome feminino, no papel de uma mãe solteira que dirige um bar perto da base da Marinha.
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E na história propriamente dita, ainda que o conteúdo principal venha do dia a dia vivenciado nessa base de “top guns” em pleno século 21, há os desafios clássicos de Maverick e do time. Entre eles, ameaças e inimigos nem em sonho imagináveis em 1986, como drones e parafernálias eletrônicas e digitais que só surgiram com o advento da internet e das comunicações instantâneas. Ou seja: na rotina da base, após mais de 30 anos, até o mundo é muito, muito diferente. Mas algumas coisas, como o espectador verá, continuam bem iguais… em voos de arregalar os olhos.
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