Com a proximidade do Advento, começam as confraternizações de final de ano. E, desta forma, cresce a procura por aquela lembrança para os familiares e/ou amigos. Um setor que sempre espera este período com grande expectativa é o do artesanato. Diferente das produções em série e industrializadas, onde uma máquina (ou profissional) repete determinados comandos e padrões, o trabalho manual é mutável e com características peculiares, da mesma forma que o ser humano.
Há alguns anos, em qualquer banca de feiras de artesanato, era comum encontrar panos de prato e outras peças com o mesmo desenho de uma simpática vaquinha. O autor, se cobrasse royalties, certamente ganharia muito dinheiro pelos direitos autorais. Nada contra as vaquinhas. Pelo contrário. Mas elas ficariam ainda mais lindas com um toque particular característico do trabalho artesanal.
Por outro lado, nas andanças pela região, encontrei trabalhos exemplares de valorização das habilidades das pessoas e dos recursos a que têm acesso. Uma das lembranças marcantes foi o trabalho das extensionistas da Emater de Sobradinho em uma comunidade do interior, com o aproveitamento da palha de milho para a produção de diversos tipos de peças artesanais.
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Outro exemplo são os cursos ministrados pela instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Zélia Kaufmann, de Rio Pardo. Em suas mãos, quase tudo que é lixo vira luxo, como uma réstia de alho confeccionada com sacolas de supermercados, tão perfeita que foi confundida com o produto verdadeiro. Retalhos de tecidos, garrafas pet e de vidro, latas, tampas, enfim, quase tudo que se descarta no lixo nas aulas da Zélia vira uma bela decoração artesanal, desde bem discretos, mas que exigem mãos habilidosas, como minipresépios de palha, até decorações maiores para enfeitar ruas e praças.
O artesanato pode ser uma ferramenta de geração de renda e autonomia, além de uma poderosa forma de valorizar a cultura local. Mas também é capaz de cumprir um interessante papel social. Entre tantos cursos que Zélia já ministrou pelo Estado, com pessoas de diversas idades e profissões, o projeto “Costurando um Novo Futuro”, criado em 2007 e desenvolvido durante vários anos em Pantano Grande, teve um grande diferencial. O trabalho tinha como foco o aumento da autoestima, crescimento pessoal e enfrentamento de situações de vulnerabilidade de pessoas de famílias que foram alvo de medidas judiciais.
Nessa trajetória, o grupo não apenas aprendeu a usar a criatividade para transformar lixo em luxo, mas mudou o comportamento. As participantes produziram, inclusive, a decoração de Natal defronte à Prefeitura, nas margens da BR-290, e no centro da cidade, com materiais recicláveis, um exemplo de sustentabilidade. Não é difícil imaginar o orgulho dessas pessoas ao ver turistas de passagem pela cidade parando para tirar fotos e apreciar os enfeites.
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Nas regiões turísticas do Centro do País e do Nordeste, os visitantes dificilmente voltam para casa sem um objeto artesanal com alguma marca, símbolo ou característica local. Souvenires são importantes peças que difundem a cultura de um lugar. E a nossa região ainda pode crescer muito nessa área, tanto com o uso da disponibilidade de diferentes materiais como matéria-prima quanto com a valorização de aspectos peculiares da cultura, do turismo, da economia, entre tantos outros.
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