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As perspectivas para a safra foram avaliadas em Rio Azul

Os produtores no centro-sul do Paraná recém começam a colher as folhas baixeiras de suas lavouras de tabaco, cultura dominante como fonte de renda em toda a região. Mas o olhar deles já mira o momento da comercialização do produto, cuja incerteza quanto ao preço e à possível remuneração a ser obtida é fonte de inquietação. É o que vivencia a família da agricultora Alcéia Jacyszyn, 39 anos, que cultiva 60 mil pés ao lado do marido Edison, 39, e do filho José Augusto, 18 (o casal tem ainda o filho João Paulo, 13), na localidade de Faxinal dos Paulas, a cerca de 6 quilômetros da sede de Rio Azul.

Foi a insegurança quanto à rentabilidade da cultura que motivou Alcéia a unir forças com o vizinho José Natal Pichibileski e, mesmo não integrando entidades, organizarem ato com agricultores e lideranças. A ideia era que, juntos, pudessem mobilizar autoridades a fim de debater os temas mais urgentes e atuais do setor e, se possível, obter melhorias para a subsistência de todos.

Do empenho de Alcéia e Pichibileski surgiu a 1a Conferência da Fumicultura, realizada nessa sexta-feira no Salão Paroquial Sagrado Coração de Jesus, em Rio Azul. Em torno de 500 pessoas compareceram, também de municípios próximos, como Rebouças e São João do Triunfo, este o maior produtor de tabaco do Paraná e o segundo do Brasil, atrás apenas de Canguçu (RS). Rio Azul é o quinto maior no País, o segundo no Estado. “Tudo o que minha família tem veio do tabaco. Mas a incerteza sobre o preço é hoje fonte de muito estresse para os produtores”, disse Alcéia, por telefone, para a Gazeta.

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Cerca de 500 pessoas participaram do evento, realizado em salão paroquial de Rio Azul

Produtores e lideranças prestigiaram o ato
Em sua ação, Alcéia Jacyszyn e José Natal Pichibileski tiveram apoio do vereador Felipe Cheremeta e do prefeito de Rio Azul, Leandro Jasinski, que conseguiu mobilizar os prefeitos de São João do Triunfo, Abimael do Valle, e de Rebouças, Luiz Everaldo Zak, além de outras autoridades públicas e privadas da região e do Estado e de representantes de empresas.

Pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), esteve na conferência o tesoureiro da entidade, Marcilio Drescher. Quem também se fez presente, como convidado pela organização, foi o produtor e influenciador digital Giovane Luiz Weber, colunista da Gazeta do Sul, na qual assina a coluna “Por Dentro da Safra”, e comunicador da Rádio Gazeta FM 107,9.

Entre os muitos temas debatidos estiveram a negociação do tabaco, os cuidados com o fornecimento de energia elétrica, fundamental no processo de secagem das folhas; e o impacto financeiro da cultura nos municípios produtores. Alcéia observou que o prefeito de São João do Triunfo, Abimael do Valle, propôs inclusive uma maior mobilização dos produtores da região a fim de, em comissão, acompanhar as negociações do preço do produto em Santa Cruz do Sul, quando dos encontros das entidades para essa finalidade.

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Alcéia atuou para organizar mobilização

A produtora ressaltou que o tabaco constitui a principal fonte de receita no meio rural em todo o município, realidade seguida em localidades vizinhas. Rio Azul, com 103 anos de emancipação, tem cerca de 15,2 mil habitantes. Na safra 2020/21, obteve produção de 15 mil toneladas de folhas, com 2.200 famílias produtoras. Alcéia enfatizou que uma das preocupações na região é, aos poucos, evitar a forte dependência da cultura, com a gradativa diversificação. Ela e o marido inclusive apostam no cultivo de moranguinho, que comercializam na área urbana. Foram pioneiros nessa atividade, e hoje são seguidos por outros produtores da localidade.

Ainda assim, o tabaco é uma cultura presente há décadas na região, tendo sido a fonte de renda de seus pais. Rio Azul e os municípios próximos registram a presença de descendentes de ucranianos e poloneses, imigrantes que colonizaram toda essa área do Paraná.

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