O cinema sempre se reinventa e um gênero que encontrou um novo ciclo nos últimos anos foi o terror. Numa movimentação que se aproxima dos filmes de autor, muito mais psicológicos e viscerais do que gráficos, três nomes se destacam: Ari Aster, que dirigiu Hereditário (2018) e Midsommar (2019); Jordan Peele, que dirigiu Corra! (2017) e Nós (2019); e Robert Eggers, que esteve à frente de A Bruxa (2015) e O Farol (2019). Os seis filmes têm em comum histórias surpreendentes, com narrativas que fogem ao habitual, grandes atuações e uma execução cinematográfica admirável. Porém, as semelhanças param por aí.
Cada um desses filmes tem formas únicas de deixar o espectador paralisado de medo, ou, no mínimo, altamente desconfortável. Muito mais do que os terrores de espíritos que se tornaram febre depois do sucesso da franquia Invocação do Mal e seus spin-offs (que eu particularmente adoro), e mais ainda do que os sanguinolentos filmes do subgênero gore, a novidade e o trunfo dessa nova leva do gênero é mexer com a cabeça de quem assiste, usando um cinema de arte e refinado para contar horrores. O trabalho desses diretores é quase uma evolução natural do que fizeram Guillermo Del Toro, James Wan e M. Night Shyamalan anteriormente, flertando com o drama e o suspense.
Seja pelo ritmo narrativo, que é usado muito bem, seja pelos personagens, que são intrigantes e despertam a curiosidade, ou até mesmo por uma fotografia impecável, que nem sempre é explorada em filmes de terror, cada um desses seis longas tem o poder de perturbar e assustar, verdadeiramente. Ao invés de te fazer pular do sofá com um susto, eles vão te deixar sentado encarando o vazio, incapaz de levantar e exigindo uma reflexão.
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