Esta semana trouxe alguns elementos importantes que nos permitem refletir sobre os tempos atuais, em especial sobre a experiência, individual e coletiva, que tivemos, a da pandemia e de seus reflexos sobre as gerações atuais, no mundo todo. Dessa ameaça e dessa angústia trazidas pela Covid-19 podemos tirar algumas lições. E não tirá-las, ou se esquivar a elas, seria o mesmo do que desperdiçar uma oportunidade valiosíssima de aperfeiçoamento e amadurecimento, uma vez mais individual e coletivo. Afinal de contas, quem desperdiça aprendizagens é duplamente relapso e irresponsável: por desperdiçar o tempo em que poderia ter aprendido mais, e por não evoluir como pessoa.
E lição ou aprendizagem são termos pertinentes para essa reflexão, justamente porque o primeiro dos aspectos aos quais gostaria de referir é a passagem do Dia do Professor, na quinta-feira. Uma data sempre relevante, porque remete ao valor ou à importância do ato de ensinar. E gosto de me ater ao próprio significado inerente ao termo ensinar: en-sin-ar. O radical é o mesmo de sino. Ensinar é ativar, acionar um sino, um sinal, fazer despertar em alguém, no íntimo do aluno. O professor tão somente é o responsável, veja só, por ativar o sino da tomada de consciência, de uma nova aprendizagem, no íntimo de um aluno, de qualquer idade, e em qualquer circunstância.
E como é importante ativar, despertar sinos no coração e na mente dos brasileiros, esses cidadãos em geral tão pouco afeitos a valorizar aprendizagens e expansão de conhecimentos, em detrimento de quase todo o resto, da diversão ao acúmulo de bens e capitais. A máxima recorrente nos últimos anos é a de que educação e conhecimento são as moedas, o patrimônio do século 21. Mas, então, por que o brasileiro persiste em estar entre as últimas e constrangedoras posições nos rankings globais de ensino e aprendizagem? Eis algo sobre o que pensar, e talvez até a associar à nossa indigência e incompetência em definir líderes e governantes que nos guiem por um caminho seguro, confiável, e de futuro.
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Mas ao lado da importância do ensino, da educação, da aprendizagem, cristalizada no Dia do Professor, outra área valiosa da cultura e das artes sinaliza para um gradativo retorno a uma espécie de “normalidade”: o cinema retomou sua programação em Santa Cruz do Sul nessa sexta-feira, e inclusive neste final de semana permite apreciar o vital olhar sobre a condição humana. Pois não poderia ser em melhor estilo que o cinema voltou: com uma re-exibição do clássico O Iluminado, de Stanley Kubrick, de 1980, que completa 40 anos em 2020. Inspirado no título, “O Iluminado”: que o Dia do Professor, e agora a volta dos cinemas (quem sabe com a volta em breve das demais atividades artísticas e culturais), possa iluminar nosso caminho, iluminar nossas mentes, e nos conduzir finalmente na direção de um país mais justo, mais coerente, e mais pacificado. Em suma: sábio.
Bom final de semana, quem sabe com um bom cinema!
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