Tema recorrente na literatura mundial, por sua trágica existência na vida real, o suicídio chega agora ao teatro de nossa região pelas mãos da escritora e jornalista Letícia Mendes, repórter da editoria de Polícia da Gazeta do Sul. Ou seja, uma função que, por captar os dissabores que cercam os acontecimentos do cotidiano, fica muito próxima, sempre, da finitude humana. A peça Francisco, mais uma montagem da Andarilhos Companhia Teatral, de Rio Pardo, será apresentada neste domingo, a partir das 20 horas, no Teatro Espaço Camarim (Marechal Floriano, 332), com ingressos a R$ 20,00 e 10 (idosos e estudantes que apresentarem a carteirinha). A direção é de Dmitri Rodrigues.
No alto de um prédio, Francisco, interpretado pelo ator Eduardo Ezequiel Sosa, decide que é chegada a hora de dar um fim à própria vida. Decisão complicada! A partir daí, ele passa a reviver concretamente momentos que marcaram sua existência e repensa seus anseios e perdas, tristezas e alegrias, com a balança pendendo mais para o drama, obviamente. Sem pieguice, mas ao natural – como natural é a vida e, às vezes, a própria morte.
Ezequiel Sosa disse que não é fácil encarar o desafio de permanecer no palco por mais de uma hora ininterrupta, com toda essa carga dramática. “Boa parte das reflexões e insatisfações do personagem
eu acho que todos nós sentimos, pelo menos um pouco”, comentou o jovem ator. Enquanto pensa sobre os motivos que o levaram a decidir por um desfecho trágico, Francisco vai se reencontrar com as pessoas que fizeram parte de sua trajetória.
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Emoções
Na visão do diretor Dmitri Rodrigues – que também dirigiu O Gran Circo Verona, adaptação de Romeu e Julieta apresentada pela Andarilhos em julho em Santa Cruz, para um Camarim lotado – a sensibilidade
é uma das marcas do espetáculo. “É recompensador vivenciar a maneira sensível e a gentileza com que todos os envolvidos lidam com essas emoções tão poderosas.” Francisco fez sua estreia no fim de agosto, no Centro Regional de Cultura de Rio Pardo. Depois de Santa Cruz, está disponível para seguir carreira por onde quer que seja requisitado.
A dona do texto, Letícia Mendes, também faz parte do elenco. Embora o suicídio, por si só, já seja um assunto bastante complexo, outros temas, como o amor, as perdas e o importar-se com o outro (a tão sonhada solidariedade) também ganham espaço na história do espetáculo. Integram ainda o elenco da peça Jones Mallet, Maicols Rocha, Laura Aguiar, Anderson Andrade, Simone Pasini e Vinícius Santos. O cenário é de Mateus Cunha. Os ingressos antecipados, para quem quer evitar filas de última hora, podem ser adquiridos diretamente com o elenco ou pelo telefone (51) 9654 7275.
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Andamos
A Andarilhos Companhia Teatral completou um ano em agosto, com duas peças em cartaz. O grupo é formado principalmente por jovens atores, que se reuniram a partir das encenações da Paixão e Morte de Cristo, tradicional em Rio Pardo. A primeira produção da trupe, O Gran Circo Verona, estreou em janeiro. A
adaptação do clássico Romeu e Julieta foi apresentada em julho no Espaço Camarim.
Os dois espetáculos em cartaz têm direção de Dmitri Rodrigues e textos da jornalista Letícia Mendes. A iluminação de O Gran Circo Verona ficou a cargo de Fernando Ochoa, que já conquistou vários Prêmio Açorianos. A Andarilhos já trabalha em seu terceiro espetáculo. O Casarão está em fase de seleção de elenco e deve ser apresentado no Centro Regional de Cultura, em Rio Pardo, nos próximos meses.
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