As lições da Coreia do Sul ao Vale do Rio Pardo

A viagem de uma comitiva para a Coreia do Sul, durante dez dias no mês passado, pode resultar em avanços para a região. A Missão Coreia foi um dos principais assuntos abordados nessa sexta-feira, em Santa Cruz do Sul, durante reunião dos prefeitos dos municípios integrantes do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale). A ideia é usar o exemplo sul-coreano para implantar alternativas sustentáveis e mais econômicas.

O presidente do Cisvale e prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert, salientou que o país visitado é referência nas áreas de resíduos sólidos, iluminação pública e energia fotovoltaica. Evidenciou que os contatos entre universidades e empresas asiáticas se mantêm fortes, revelando, inclusive, o interesse dos coreanos de visitar o Brasil até o próximo ano. Uma das sugestões apresentadas para a região foi a constituição de uma parceria público-privada para a iluminação pública. O serviço passaria a ser realizado por empresa privada com a utilização de lâmpadas de Led e com monitoramento das lâmpadas queimadas em um painel de gestão.

Outra ideia que ganhou força na viagem é a união dos municípios para contratar uma empresa a fim de elaborar um plano regional de resíduos. De acordo com o presidente, seria difícil cada cidade pensar em uma solução individual. “Nós mesmos podemos processar o lixo, aproveitar o que é material reciclável. Aquilo que é rejeito pode virar combustível, energia elétrica, gás ou material para a construção civil. Pode-se fazer da despesa uma receita para os municípios”, comentou. Uma possibilidade citada durante a reunião foi a utilização de uma linha de crédito para implantação de energia fotovoltaica.

Missão Coreia

A comitiva da região esteve na Coreia do Sul entre 16 e 26 de agosto, para conhecer os serviços de resíduos e energias renováveis utilizados no país. A missão visitou universidades, uma usina de lixo e empresas. A Coreia do Sul faz fronteira com a Coreia do Norte, que tem chamado a atenção internacional por conta dos testes nucleares e ameaças aos Estados Unidos. Mas diferente da vizinha, a Coreia do Sul é democrática e altamente desenvolvida.

Regionalização é alternativa para enxugar os gastos

Outro assunto da assembleia dessa sexta-feira foi a apresentação do Decreto das Inspeções Sanitárias. São cobradas taxas para os serviços de abate de animais e de fiscalização do animal antes do abate, feitos por médicos veterinários. A intenção do Cisvale é de que os trabalhos sejam realizados por profissionais cadastrados pela entidade, em vez de serem por empresas terceirizadas, como propõe o governo estadual. Dessa forma, os associados pagariam o Consórcio e os custos seriam reduzidos em comparação com empresas privadas.