Neste domingo, 11 de fevereiro, uma das mais importantes escritoras da atualidade no mundo todo estará de aniversário. Maryse Condé nasceu na ilha de Guadalupe, na América Central, sob influência francesa, e se tornou uma das grandes vozes da literatura pós-colonial ao registrar, em romances, ensaios e memórias, o que representa para uma nação estar sob a exploração (econômica, política, cultural) de uma metrópole europeia.
E justamente para permitir uma maior compreensão desse drama é que ela escreveu um livro de cunho autobiográfico, O coração que chora e que ri: contos verdadeiros da minha infância, lançado no Brasil pela editora Bazar do Tempo, em tradução de Heloisa Moreira, com 184 páginas, a R$ 65,00. Nele recupera algumas de suas lembranças de quando, nas décadas de 1940 e 1950, crescia em sua terra natal dividida entre a comunicação em família, em língua local, o créole, e a pressão crescente para adotar o francês como base.
Por documentar de forma tão primorosa a realidade e o ambiente na colônia, e posteriormente por saber extrair o melhor dessa experiência dupla de antilhana e cidadã francesa, Maryse é, há muitos anos e de forma recorrente, candidata ao Nobel. E não se deve descartar que efetivamente venha a recebê-lo nos próximos anos. Se isso acontecer, em O coração que chora e que ri estarão explicitados alguns dos grandes motivos para que sua obra mereça a distinção máxima e absoluta perante todas as demais, no mundo.
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