Ao longo da vida, talvez sejam incontáveis os erros que cometemos em todas as áreas – família, relacionamentos, atividades profissionais, financeira, social, política, esportes, espiritualidade etc. Nas finanças, erramos ao gastar, poupar e investir. Por que erramos tanto nessa área específica?
A primeira resposta, mais óbvia, é que não estamos capacitados para acertar. No caso de alguém ter perdido bens ou valores recebidos de herança, por exemplo, as pessoas logo dizem que ele não soube administrar o dinheiro. É fato que a maioria da população não tem, talvez nunca teve e poderá demorar até ter acesso à educação financeira.
A segunda razão é que somos submetidos, permanentemente, a decisões financeiras: o que comprar? Em qual loja ou supermercado? Ou pela internet? Pagar à vista ou a prazo? São tantas questões que podem nos ocorrer para as quais raramente damos a devida e consciente atenção. No automático, agimos sem medir as consequências que podem ser boas, mas também negativas.
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Em pesquisa realizada em 2015, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avaliou a alfabetização financeira de adultos – de 18 a 79 anos – em 30 países. O Brasil ficou na 26ª posição, com pontuação abaixo da média nos três indicadores: conhecimento, comportamento e atitude. O agravante é que os brasileiros que se consideravam com conhecimento financeiro elevado, nas respostas erradas sobre questões pertinentes mostravam que, na prática, não tinham, o que significa excesso de confiança, podendo levá-los a cometer erros de toda ordem.
Quando se fala sobre dinheiro, existem dois lados bem definidos: o técnico e o comportamental. No lado técnico, estão as ferramentas (planilhas, apps etc.), os produtos financeiros, além de atividades (pesquisar preços, elaborar orçamento) e conhecimentos específicos que podem ser adquiridos ao longo da vida, participando de palestras, cursos e workshops; acessando sites especializados da internet; lendo livros e artigos; além, é claro, dos exemplos de familiares e experiências pessoais.
Atualmente, já existem muitas iniciativas de instituições privadas e públicas, voltadas para disseminar o conhecimento financeiro no Brasil, inclusive nas escolas, com a inclusão da Educação Financeira na grade de disciplinas.
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No lado comportamental, estão as questões humanas, nas quais estão incluídos sentimentos e emoções, geralmente ignoradas quando se fala de finanças pessoais. O autor americano T. Harv Eker, no livro Os segredos da mente milionária, diz que cada pessoa tem um modelo financeiro que consiste numa combinação dos seus pensamentos, sentimentos e das ações em questões de dinheiro. Como se forma esse modelo de dinheiro? O autor responde que se constitui fundamentalmente da informação ou programação que a pessoa recebeu no passado, sobretudo quando era criança:
Cada uma das três influências pode ter sido negativa ou positiva. Se os resultados atuais não são bons, é sinal de que provavelmente a pessoa está sob influências negativas. Cabe, então, fazer uma auto-análise, conscientizar-se, observar pensamentos, medos, crenças, hábitos, atitudes, inação, e procurar dissociar-se desses pensamentos e sentimentos negativos.
Todos nós já ouvimos alguém dizer, quando não somos nós mesmos, que a falta de dinheiro é um enorme problema. Na verdade, a falta de dinheiro nunca é um problema , mas, sim, o efeito de uma causa maior. O que está embaixo da terra cria o que está em cima dela. É o invisível que cria o visível. Então, se queremos melhorar ou mudar os frutos, quer dizer, nossos resultados financeiros, temos que melhorar ou trocar nosso modelo financeiro. Mudando a programação, a pessoa dá o primeiro e indispensável passo para os seus resultados.
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