Os sons dos graves do contrabaixo se destacam toda vez que Fran Stringuini está no palco. A baixista santa-cruzense de apenas 25 anos já tem dez anos de carreira na música da região, com passagem por diversos projetos e bandas. Com jeito tímido e sorriso amplo, a artista tem uma voz contida quando conversa, que não lembra em nada a potência vocal que apresenta quando está cantando.
Recentemente, Fran se apresentou no Festival Santa Cruz de Cinema e na Feira Vênus, onde mostrou um pouco do talento dela. Durante a entrevista ao Caderno Elas, estava acompanhada do gato preto Teçá, nome que significa olhos atentos em tupi-guarani, e uma denominação que poderia ser dada também à tutora, que esquadrinha o mundo com atenção.
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A história dela na música começou ainda na adolescência, sob influência da família. “Os meus primos todos tinham banda, tocavam baixo, eu ouvia os ensaios deles e sempre ficava na vontade de participar. Comecei a tocar mesmo com uns 13 ou 14 anos, e comecei a pilhar muito. Curto bastante tocar e me envolver com a música”, relembra. Para ela, a música foi um caminho de cultivar amizades e também de se aproximar e conhecer melhor os familiares. As primeiras aulas de violão foram na Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias, no Bairro Ana Nery, onde estudou. Lá também iniciou canto e começou a se apresentar. A voz ficou em segundo plano por um tempo, mas após o retorno dos eventos, em 2021, Fran tem investido em shows de voz e violão para apresentações com mais autonomia.
O aprendizado na música continuou na Escola de Música da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde estudou durante quatro anos e se aprofundou. O contato com as bandas também foi benéfico na caminhada. “Em grupo, parece que é mais fácil de estudar, dá vontade de continuar aprendendo, alguém troca algo contigo e todo mundo vai aprendendo junto”. Assim, a baixista já integrou as bandas Expouth Train, Playsound, Reserva e Tear, além de se apresentar em duos com os músicos Érico Fanfa e Diéssy. Atualmente, faz parte da Orquestra Santa Cruz Filarmonia.
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Apaixonada por rock e bandas clássicas, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Black Sabbath, Fran também admira figuras femininas na música, como Janis Joplin, Linda Perry, da banda 4Non Blondes, e as brasileiras Pitty e Rita Lee. Como artista mulher em uma cena em que os homens são maioria, ela confessa que acaba tentando ser mais flexível, já que a realidade é diferente da deles. Quanto a sofrer algum preconceito pela carreira, ela diz que acontece o oposto: ganha confiança por estar neste meio. “Por estar na música, eu me sinto mais segura para cortar meu cabelo, para fazer tatuagens, para assumir minha sexualidade também. Então, acho que de certa forma até me ajuda”.
No presente, Fran vive exclusivamente da música, apresentando-se até cinco vezes por semana. Quando não está ensaiando, gosta de ler, caminhar e fazer ioga e destaca que gosta muito de aprender. Outro hábito é compor canções, ainda que nem sempre as torne públicas. “A minha inspiração vem da dor e do sofrimento. Compor é uma boa forma de transmutar aquilo que você está vivendo, até para se organizar com o que está sentindo e escrevendo”, relata. Na opinião dela, faltam iniciativas para a música, como festivais, em Santa Cruz do Sul, além de espaço e convites para as mulheres.
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Sobre a carreira na música, Fran Stringuini considera que demanda muita disciplina e agradece o apoio dos professores e do amigo Rodrigo Jaeger. Para ela, uma das partes mais difíceis é a inacessibilidade dos instrumentos, especialmente os de qualidade, que são muito caros. Além de tocar baixo e violão, a artista pretende aprender outros instrumentos e cita a flauta transversal como um dos objetivos. Fran pensa ainda em gravar um EP e passar a tocar mais composições autorais junto aos covers quando se apresenta. “Eu espero conseguir entender a lógica dos projetos e das FACs [Fundo de Apoio à Cultura], fazer alguns trabalhos sem pensar na parte comercial deles, pensando na parte artística”, admite.
Para conferir algumas das músicas de Fran, é só buscar no YouTube e no Spotify os trabalhos com a banda Playsound, como o single Só se Vive uma Vida; a música Vento, com a banda Reserva; e o EP do projeto Tear, chamado Sobre Viver. Acompanhe a artista pelo Instagram no @fstrings.
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