Do final de dezembro até o carnaval caracterizava o tempo normal das famílias aproveitarem o veraneio. Aquelas que eram proprietárias de casa na praia, os maridos iam trabalhar durante a semana e deixavam a mulher e os filhos usufruindo do mar. Retornavam no final da semana.
Havia as pessoas que gostavam de ficar em Porto Alegre nessa época. Evitavam as filas nos espetáculos teatrais, no cinema e demais eventos que aconteciam no verão.
Nesse tempo de coronavírus, os filhos estão de “férias” há vários meses. As escolas estão fechadas e as aulas foram ministradas via digital. Nas escolas públicas, milhares de alunos ficaram de fora dessa forma de ensino. O ensino que já era precário, piorou com esse ano perdido.
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Mesmo com esse cenário que favoreceria o veraneio, a população ficou em casa ou por falta de condições financeiras ou pelas restrições impostas pelas autoridades médicas. Muitos também perderam seus empregos.
Há poucos dias fui para Garopaba para fazer reparos na nossa moradia. Levei um amigo e mestre de obras aposentado. Lá não consegui mão de obra para essa empreitada. Estão todos ocupados. Não estaria faltando uma escola de segundo grau preparatória para os trabalhos de pedreiro, carpinteiro, instalador hidráulico, entre outros?
Os argentinos estão fazendo falta no Litoral, principalmente em Santa Catarina. Notei que as casas de aluguel estavam vazias. Os moradores, que ganhavam um dinheiro extra no verão, deixaram de faturar nessa temporada. Os restaurantes também sentiram o baque. Os pesos que os hermanos despejavam deixaram de circular.
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Até Garopaba são 550 quilômetros e serão nove pedágios para pagar. Alguns ainda estão sendo finalizados. A gasolina está caríssima e já pesa no nosso bolso. A partir da BR-386, o asfalto é ótimo. Porém, antes de chegar até lá, trafegamos uma hora na RSC-287, pagamos R$ 7,00 de pedágio e no trajeto somos surpreendidos com verdadeiras crateras no caminho. Desde que foi implantada, nunca concordei com a EGR, dado o histórico de má administração das empresas públicas.
Para finalizar, vou contar uma traquinagem do meu neto Enzo, que tem dois anos e alguns meses. Fala tudo e é muito inteligente.
O guri aproveitou a distração dos adultos, subiu as escadas e foi no quarto dos avós e se trancou à chave. A minha filha ficou nervosa e começou a gritar com o sapeca. O pai, mais calmo, orientou o filho para girar a chave para o meio e depois puxá-la e jogá-la pela janela. Fez tudo conforme o ensinamento do pai.
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– Papai está brabo com o Enzo, vai dar castigo?
– Não, Enzo, papai não está zangado.
Nessa mesma hora da confusão com o neto, alguém deixou o portão da frente aberto. A Mili, nossa yorkshire, fugiu. A esposa foi procurá-la nos arredores. “Mili, Mili”, clamava pela cachorrinha. Havia se escondido em uma construção na frente de casa. Ainda bem que não tinha porta com chave!
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