Quando o assunto é desenvolver estratégias para evoluir ou adaptar-se a novas circunstâncias, parece que as plantas têm muito mais a nos ensinar do que, digamos, nós, os humanos, a elas. Em primeiro lugar, porque as plantas estão no planeta Terra desde muito, mas muito antes que um primeiro hominídeo surgisse. E este só pôde subsistir porque as plantas deram a ele o suporte para que isso fosse possível.
É o que nos recorda ou relembra um célebre botânico e professor italiano, Stefano Mancuso, que tem se dedicado a divulgar descobertas impressionantes acerca do comportamento das espécies vegetais. Em seu mais recente livro, A incrível viagem das plantas, em tradução de Mariana Zanetti para a editora Ubu (160 páginas, a R$ 59,90), foca um aspecto quase sempre negligenciado: que as plantas se movem. Isso mesmo. E não é mover-se meramente por suas raízes ou por seus galhos. É mover-se literalmente, sair de um lugar para outro, buscando um ambiente no qual tenham mais facilidade para obter nutrientes ou para sobreviver.
Aos 58 anos, Mancuso já dedicou décadas a investigar em detalhes como plantas e árvores se comportam e afirma que se emociona com a destreza e a capacidade de superação delas. Apelando para a interação e a parceria, há espécies de plantas que, efetivamente, em nome do que têm a oferecer, convencem animais, pássaros ou insetos a transportá-las a outros pontos, por vezes atravessando cordilheiras, rios e mares.
Publicidade
Uma aula de companheirismo.
LEIA MAIS TEXTOS DE ROMAR BELING
Publicidade
This website uses cookies.