Esta semana meu centro de pesquisas e estudos de futuros lançou um estudo sobre o cenário da saúde para as próximas décadas. Lembrando sempre que o futuro não é previsível e que tendências não são previsões, algumas coisas chamaram muito nossa atenção como pesquisadores: o nível acentuado de distúrbios e colapsos emocionais atuais, a desilusão juvenil e os desafios éticos do avanço da tecnologia, bem como os efeitos do desequilíbrio ambiental do planeta.
As doenças do futuro já estão postas e já temos efeitos colaterais da era digital que, somados à pandemia, intensificam o cenário atual e impactam o cenário futuro. A insegurança política e econômica do País e a visão de curto prazo podem nos deixar reféns de futuros sombrios e preocupantes.
Olhar para o longo prazo nos dá perspectivas e oportunidades de agir. A falta de uma ampla visão sistêmica vem fazendo com que doenças do passado roubem investimentos do futuro, porque fomos responsivos apenas, não antecipatórios.
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Muita gente me pergunta por que estudar o futuro e por que olhar para tão longe, quando nem o presente é passível de planejamento. Nada controlável, nem o passado, porque a cada vez que o visitamos, descobrimos algo que não sabíamos até então. Estudar o futuro abre horizontes, nutre novos pensamentos e traz descobertas sobre o que seríamos incapazes de saber sem fazer esta jornada de projeções plurais.
As doenças mentais podem inutilizar uma ou mais gerações de trabalho e o impacto econômico disso é inevitável. As principais preocupações com o futuro giram em torno de doenças oriundas da era digital, do caos climático, da manipulação do genoma e da negligência com o assunto no presente. Em 2060, 47% das mortes poderão ser acompanhadas de muito sofrimento.
Com o avanço da tecnologia, poderemos antecipar doenças, mas o caminho até lá é longo. Na rota, há possíveis rejeições a implantes, novas infecções, desconexões de chips implantados, invasão de nossos dados digitais de saúde individual e inúmeros novos desafios. Temos mais de 200 mil novas espécies de vírus embaixo da água, desconhecidos até agora pelo homem, geleiras derretendo, experimentos genômicos sendo feitos sem os devidos limites éticos.
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A longevidade exige novos capitais, que incluem autogestão do paciente, bons hábitos, planejamento financeiro, equilíbrio holístico e conhecimento para permanecer em atividade por um tempo mais longo de vida. A medicina tradicional vem sendo atropelada pela medicina compensatória e integrativa e deve ser tornar 100% preventiva no futuro, quando não antecipatória.
Precisamos saltar do patamar de doenças ameaçadoras para estado de saúde integral e instituições e governos precisam colocar estes assuntos na pauta imediatamente. A nós, cidadãos, cabe gerenciar melhor nossos hábitos e zelar pela coletividade.
Teremos que conviver com a Covid e outras doenças daqui para frente e encarar juntos os desafios de sustentabilidade do planeta. Isto agora é premissa, não opção, e este é um trabalho diário de cada um de nós.
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