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SETEMBRO VERDE

As conquistas e os desafios da inclusão: os sonhos de Luan

Foto: Nathana Redin/Gazeta da Serra

Em sala de aula, Luan ao lado da professora intérprete Jociani

Setembro chegou ao fim, mas esta pauta segue em alta durante todos os dias do ano. Estamos falando da inclusão. Em razão do último dia 21 ter sido a data nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o mês inteiro foi dedicado à campanha Setembro Verde.

A iniciativa surgiu com o objetivo de promover e reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência. Desta forma a campanha contribui para dar maior visibilidade para a luta das PcDs, de forma a levar informação a mais pessoas e aumentar o apoio a essa causa, que consiste na conquista por direitos e oportunidades.

Em entrevista à Rádio Gazeta, a supervisora da Escola Estadual de Educação Básica Padre Benjamim Copetti, de Sobradinho, professora Liliam Magri, destacou como foi a acolhida da comunidade escolar ao estudante Luan Moraes, 24 anos, que possui deficiência auditiva. Segundo ela, esta é a primeira vez que o educandário conquista o acompanhamento integral de um profissional intérprete de Libras, oportunizando o suporte necessário ao aprendizado do jovem.

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“Pioneiramente na escola nós recebemos um aluno com deficiência auditiva. Foi um grande desafio para nós, enquanto escola, até a chegada da professora intérprete, para acolhermos o Luan. No começo nos causou uma certa angústia, pois a gente estuda Libras, costumamos ter uma disciplina na faculdade, mas acabamos não colocando em prática. Quando recebemos o Luan foi necessário retomar estes poucos conhecimentos para estabelecer uma comunicação com ele. Então utilizamos, de primeiro momento, um aplicativo que faz a tradução para a língua de sinais, bem como sinalizamos os ambientes da escola com o alfabeto em Libras e professores e estudantes baixaram o aplicativo, então foi feita toda uma rede para que ele se sentisse acolhido e pudéssemos nos comunicar, principalmente em sala de aula. E ele é Luan porque trouxe luz para a nossa escola. Ele é muito iluminado, interage com todos, sempre muito simpático, o que facilitou muito para nossa compreensão”, detalha a supervisora.

Conforme Liliam, foram em busca de todas as formas possíveis para incluí-lo da melhor maneira possível. “A inclusão não é somente colocar junto em um mesmo ambiente. Ela vai muito além disso. Então, juntamente com a família, fomos buscar sobre os laudos médicos dele, necessários para que fosse possível a vinda de um intérprete. Foi necessário que a família conseguisse um laudo atualizado, o que permitiu viabilizar, junto à Coordenadoria, a participação da intérprete”, frisa.

Luan está cursando o 3º ano do Ensino Médio através do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e sonha em ser policial, assim como seu irmão gêmeo, Lucas. O sorriso no rosto expressa a felicidade em conseguir se comunicar e, mais do que isso, em conquistar seu espaço. Ele destacou à Gazeta estar sendo muito boa a acolhida na escola e estar se sentindo muito feliz com a recepção de todos. “Ele tem muitos planos, muitos sonhos, e vai conseguir realizar todos”, reforça Liliam.

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Com a recente conquista, a habilitação de motorista AB

Ao lado da intérprete, a professora Jociani Pimenta Becker, realiza as atividades propostas em aula. “Quando cheguei na escola já pude me deparar com esse sorriso bonito que ele transmite para nós. A inclusão já estava acontecendo, vi uma preocupação de toda a escola, pois quando a gente fala em inclusão, principalmente um aluno surdo, é muito difícil, então é importante que a inclusão realmente aconteça, oportunizando um ambiente de aprendizado para ele. Tudo para ele é um aprendizado, e para nós também”, salienta Jociani, que reforça que há um grande aprendizado também entre os colegas, que buscam aprender os sinais para interagir com Luan.

Ainda conforme a professora de Português e Espanhol, Gladis do Amaral, as ações de inclusão ao aluno se tornaram a base de um projeto (Projeto Luan) que foi apresentado nesta semana durante a Mostra Polo ocorrida na Escola Lindolfo Silva. “Acolhemos para depois incluir. Um desafio para nós também. E aí surgiu esse projeto, com cada professor buscando incluí-lo em sua disciplina, e então fomos organizando algumas ações. Por um aluno o que a escola teve que buscar, ir atrás e nós também professores e toda equipe diretiva tivemos que correr atrás para mostrar que vale a pena investir na educação e todo o esforço. E o Luan também é um ser muito receptivo, muito alegre, cativou a todos”, reforça a professora.

Com as professoras e colegas durante a Mostra Polo

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