Lissi Bender

Árvores – Aprender a ouvi-las

“Wenn ich wüsste, dass morgen die Welt unterginge, so würde ich heute noch ein Apfelbäumchen pflanzen” – Se soubesse que amanhã seria o fim do mundo, hoje eu ainda plantaria uma macieira”. Martin Luther, o Reformador. Conta-se que Luther vislumbrava nas árvores a graça Divina na vida terrena.

Em outras oportunidades já falei sobre as árvores e sua importância vital. Ora desejo volver um olhar para alguns excertos de textos dos escritores Hermann Hesse, Rainer Maria Rilke e Max Bewer. Hesse foi laureado pelo Prêmio Nobel de Literatura; Rilke, um dos grandes poetas de todos os tempos; Bewer, poeta político. Deles emana um olhar atencioso para as árvores, pleitos para aprendermos com elas e podermos integrar sua presença mais viva e perenemente em nossas vidas.

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Rilke questiona: “Verstehst du, was die Bäume säuseln dort droben in der Wipfel Höh?“ E responde: „Es ist ein Gruß – ein Gruß voll Wonne, ein süßer Gruß – vom fernen Lieb!“.

– Tu compreendes o que as árvores sussurram lá no alto, na ramagem da copa? É uma saudação – uma saudação repleta de júbilo, uma doce saudação – de um amor distante! (Rilke aqui se refere ao amor Divino).

Hesse registra em diversos textos suas reflexões sobre a natureza e as árvores. Aqui lhes trago um tantinho de seus pensamentos: “Ein Baum spricht: In mir ist ein Kern, ein Funke, ein Gedanke verborgen, ich bin Leben vom ewigen Leben.”

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– Uma árvore fala: Há um núcleo, uma centelha, um pensamento oculto em mim, eu sou a vida da vida eterna. “In ihren höchsten Zweigen flüstert die Welt. Seine Wurzeln liegen in der Unendlichkeit. Ich wurde geschaffen, um in jedem meiner kleinen Details das Ewige zu formen und zu offenbaren“.

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Em seus galhos mais altos o mundo sussurra. Suas raízes descansam no infinito. Eu fui criada para formar e revelar o eterno em cada um dos meus pequeninos detalhes. “Bäume sind Heiligtümer, wer mit ihnen zu sprechen, wer ihnen zuzuhören weiß, der erfährt die Wahrheit. Sie predigen nicht Lehren und Rezepte, sie predigen, um das einzelne unbekümmert, das Urgesetz des Lebens.“

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– As árvores são santuários. Quem sabe falar com elas, quem sabe ouvi-las, aprende a verdade. Elas não pregam aprendizagens ou preceitos. Elas pregam, despreocupadamente, a antiga lei da vida.
Max Bewer defende a importância vital das árvores para as gerações vindouras: “Pflanz einen Baum, und kannst du auch nicht ahnen, wer einst in seinem Schatten tanzt, bedenke Mensch: Es haben deine Ahnen, eh’ sie dich kannten, auch für dich gepflanzt!“.

– Planta uma árvore e, mesmo que não possas suspeitar, quem um dia dançará em sua sombra, oh vivente, considera: os teus antepassados também plantaram para ti, antes de te conhecerem.
Hesse: “Nichts ist heiliger, nichts ist vorbildlicher als ein schöner, starker Baum”. – Nada é mais sagrado, nada é mais exemplar do que uma bela e forte árvore.

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Protejam as árvores, protejam as vidas do Cinturão Verde. Árvores, florestas são lar para muitas vidas. Árvores são vidas essenciais a nossas vidas e à Mãe Terra. A ocupação urbana, em seu avanço, precisa verter um olhar mais atencioso para as árvores e as vidas silvestres, precisa entender que o verde é também espaço vital para as vidas silvestres.

Além disso, as árvores são precioso símbolo de Santa Cruz. Nesse sentido, expresso minha admiração e gratidão ao meu confrade na Academia de Letras de Santa Cruz, José Alberto Wenzel, e à nossa prefeita Helena Hermany, por seus empenhos em favor das árvores. Vamos nos unir a eles e somar esforços pela preservação do Cinturão Verde e por mais árvores em nosso lugar de viver!

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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