Cultura e Lazer

Artistas se reúnem para pintar muros do Presídio de Santa Cruz

Uma ação buscou levar arte e cultura para o Bairro Faxinal Velho. Durante todo o sábado, 21, e o domingo, 22, cerca de 12 artistas do município e de Rio Pardo, Porto Alegre, Venâncio Aires e Lajeado se reuniram de forma voluntária para pintar as paredes do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, localizado na Rua Dona Carlota.

A iniciativa surgiu de uma das grafiteiras, Hemillin Michelliny, que sentiu a necessidade de levar ações culturais para bairros periféricos da cidade e resolveu dar o ponto de partida na sua própria localidade. “O presídio é um dos principais pontos de passagem da nossa comunidade. Antes, o muro era sem cor, com esgoto, não tinha vida. Agora, é um ponto que as pessoas podem ver que também tem arte no nosso bairro”, diz.

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Hemillin também explica que a escolha do presídio também teve outro objetivo: “mostrar que o presídio pode ser um local de ressocialização, que as pessoas podem sair de lá com uma nova ideia de vida e a arte pode ajudar a transmitir isso”. Para fazer a alteração nas paredes, a equipe obteve a autorização com o diretor do presídio. Todo o valor das tintas e pincéis foi custeado pelos próprios artistas.

Os pintores dividiram o muro em 12 faixas e cada um pôde escolher que desenho construir a partir da própria criatividade. O único critério era seguir um tema definido pela organizadora do grupo: “Liberdade – Livres na Parede”.

A exposição também é importante para a divulgação do trabalho dos artistas. “A ação vem de uma necessidade de artistas urbanos terem mais espaço para pintar na rua. É um fomento da própria cultura do grafite dialogando com espaços vulneráveis onde a transformação com grafite faz sentido e traz mudança”, diz Digo Tibano, um dos pintores do muro.

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Nas paredes, seus trabalhos divulgam que o grafite, arte muitas vezes não valorizada pela sociedade, pode ser fonte de alegria e inspiração. “Lá é um órgão de proteção social e circulam muitos policiais, então, é um diálogo para rompermos um pouco do preconceito sobre a arte do grafite. Fazer esse grafite no muro é algo inusitado, porque o movimento dialoga com o sistema, ao mesmo tempo que ele reconhece o que estamos querendo transmitir”, continua.

Evento vai finalizar obra nas paredes

O trabalho nas paredes, entretanto, ainda não está completo. A intenção do grupo é se reunir novamente no dia 6 de julho, a partir das 13 horas, para finalizar o serviço. Para aproveitar o momento e entreter a comunidade do Bairro, será realizado o evento Ação das Periferias, ao lado do local de pintura, no Centro Social Urbano (CIE).

O momento vai ser marcado por atrações culturais como batalha de rima, espaço para poesia, danças no estilo social dance e breaking e DJ’s. Além disso, será oferecido lanche para as crianças. A comunidade poderá apreciar a pintura da parede dos artistas que ainda não realizaram.

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Paula Appolinario

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Paula Appolinario

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