Santa Cruz do Sul

Artesanato indígena ganha clima de Páscoa nas ruas de Santa Cruz

Para comemorar a Páscoa, os brasileiros têm por costume trocar presentes, como ovos de chocolate. A tradição surgiu na Europa, ainda antes de Cristo, quando as pessoas comemoravam o Equinócio do dia 21 de março e o fim do inverno europeu trocando ovos de galinha decorados. A escolha pelos ovos é em virtude da representação da vida, e os cristãos passaram a ver neles um símbolo da ressurreição de Cristo.

Além das celebrações religiosas, é costume fazer ninhos, enfeitar cestas e presentear crianças e adultos com ovos e outros doces. Em Santa Cruz do Sul, já é tradicional, nessa época do ano, a presença de membros de povos indígenas que vendem cestas de Páscoa no Centro da cidade para enfeitar os ninhos.

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Neste ano, cerca de 15 famílias vieram da Terra Indígena Inhacorá, que fica no Norte do Estado, dentro da área do município de São Valério do Sul, a 340 quilômetros de Santa Cruz do Sul. O povoado abriga, segundo registros oficiais, 1.133 membros da etnia Kaingang em um território de 3 mil hectares.

Virgílio Camargo vende sua arte em Santa Cruz no período da páscoa há duas décadas | Foto: Albus Produtora

Um dos que fabricam e vendem sua arte pelas ruas é Virgílio Camargo, de 62 anos. Ele conta que já faz pelo menos 20 anos que, durante a Páscoa, e até no Natal, vem até Santa Cruz do Sul vender sua arte, fabricada com bambu colhido em sua própria terra. “Durante o ano, nosso povo trabalha na terra; plantamos mandioca, milho, feijão e soja, e criamos galinhas. São 120 hectares onde temos lavouras coletivas. Produzimos as sementes e nosso próprio adubo”, salienta.

Virgílio diz que aproveita a época de entressafra para vender o artesanato que aprendeu a fazer quando ainda era criança, e desde os sete anos de idade aprimora sua arte, que é vendida na esquina das ruas Marechal Floriano e Júlio de Castilhos. Uma cesta decorada é oferecida por cerca de R$ 20,00. Virgílio ainda comercializa a macela, também conhecida como marcela. A planta pode servir de enfeite dos ninhos, e apresenta propriedades medicinais quando com ela se produz o chá. “É bom para reduzir a dor de estômago, combate a azia e até diarreia. Se colocarmos uma folha de laranjeira ou pitangueira junto, reduz até a febre”, indica.

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Tecnologia melhora vendas

Uma novidade na Páscoa deste ano é a facilidade na compra das cestas e dos demais produtos de artesanato oferecidos pelos indígenas. A maioria das famílias que comercializam as cestas de Páscoa agora estão aceitando o pagamento via Pix. Na frente do supermercado Imec, no Centro da cidade, o indígena Décio Camargo, de 23 anos, vende as cestas que sua mãe, Vicentina, produz com as próprias mãos. Ele conta que aprendeu a lidar com a nova tecnologia para auxiliar os clientes. “É muito mais fácil para mim e as pessoas compram mais com o Pix.”

Décio Camargo é neto de Virgílio e oferece seus produtos em frente ao Imec, no Centro | Foto: Albus Produtora

Acompanhado da filha Daiane, de 4 anos, Décio conta que já presenciou anos melhores nas vendas, mas comercializar a arte indígena nas ruas ainda é um bom negócio nesta época do ano. O jovem da Terra Indígena Inhacorá conta ainda que, em geral, as pessoas recebem bem o trabalho dos povos indígenas.

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“A maioria das pessoas nos trata bem. Tem alguns que nos mandam ir trabalhar, mas a gente já está trabalhando”, explica. São aproximadamente 40 pessoas representantes dos povos originários que têm autorização da Prefeitura para comercializar seus produtos na cidade até o dia 10 de abril, quando retornam ao seu povoado. Eles também têm um acordo com o poder público para passar as noites junto ao albergue municipal.

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