Um ano está em vias de se encerrar, e o outro se avizinha no horizonte. Para unir de forma caprichosa e carinhosa um período que se finda ao que principia, nada melhor do que a simbologia dos laços. Quem se encarrega de oferecer essa metáfora aos santa-cruzenses e aos visitantes que chegam à cidade durante a época das festas é a artista plástica gaúcha Maria do Horto Kuhn.
Obras delas compõem a exposição justamente nomeada “Entrelaços”, que está em cartaz na Casa das Artes Regina Simonis, no centro de Santa Cruz do Sul. A curadoria das obras é assinada por Letícia Lau, e a mostra, aberta no dia 17, pode ser conferida até 15 de fevereiro. Ao mesmo tempo em que é a atividade cultural e artística que fecha a concorrida e diferenciada agenda de 2024 na Casa das Artes, também abre os trabalhos de 2025.
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As obras de Maria do Horto Kuhn buscam evidenciar para o público que os limites e as conexões coexistem em delicado equilíbrio. Ela emprega elementos como fitas, fendas e emaranhados para construir uma poética que explora os laços (físicos, afetivos e simbólicos) que definem a experiência humana. Para Letícia Lau, “Entrelaços” aborda tudo aquilo que conecta ao outro e a nós mesmos, revelando as tensões e fluxos que constroem a vida. “A proposta é convidar o espectador a habitar as descontinuidades, refletindo sobre as fendas como espaços de transformação e as fitas como símbolos de fluidez e aceitação”, comenta.
As telas revelam o pleno domínio técnico da artista e sua habilidade para ressignificar o banal: arames, pregos e cordas ganham contornos metafóricos que evocam reflexões sobre o ser humano. As pinturas em grande escala e os intervalos cromáticos desafiadores expandem a noção de representatividade, conduzindo o público a uma experiência de contemplação e subjetividade.
Tomando por base a obra de pensadores como Carl Jung e Emmanuel Levinas, Maria aborda questões de alteridade e autoconhecimento, tecendo em sua obra uma ponte entre o mundo interior e o exterior. A curadoria de Letícia destaca esse diálogo e evidencia como os trabalhos refletem a busca incessante por equilíbrio em tempos de polarização e incerteza. A proximidade de Letícia Lau com Maria do Horto Kuhn vem desde 2018, quando a primeira passou a orientar a artista plástica em projetos de pintura. Exposições já foram realizadas em diversas cidades, inclusive em São Paulo.
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Natural de Uruguaiana e radicada em Porto Alegre, Maria do Horto Kuhn dedica-se à pintura desde a década de 1980. Cursou Desenho na Escola de Artes em Uruguaiana e Pintura no Ateliê Estágio Vera Wildner. Já teve sua obra compartilhada em exposições individuais e coletivas em diversos estados.
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