Jaime Eduardo Iserhard tinha 12 anos quando começou a dar os primeiros traços no papel. No início, fazia também desenhos em quadrinhos, mas era a tradição do gaúcho do campo que ele gostava mesmo de retratar. Nas férias da escola ia para a casa do avô, em Jaguarão, e era esse o lugar onde a imaginação fluía mais. Entretanto, nascido e criado em Santa Cruz do Sul, Jaime precisava usar a criatividade para continuar fazendo a arte que o motivava. Como ele mesmo define, “cada folha de papel era uma janela pela qual me transportava para estar entre gaúchos e cavalos”.
“Sempre gostei de desenhar, mas começou mais porque um irmão da minha mãe desenhava essa mesma temática e me incentivou. Uma vez me deu um álbum de um desenhista argentino e me coloquei a copiar”, relembra. “Passava as férias em Jaguarão, no campo do meu avô. Como só ia em janeiro e nas férias de inverno, quando eu desenhava era uma forma de suprir, como se eu estivesse fazendo o cavalo para mim, para preencher uma coisa que eu não tinha.”
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O gosto pelos animais não ficou apenas na arte. Jaime também se formou em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atualmente trabalha, principalmente, com cavalos. “Sempre gostei de bicho, nunca me passou pela cabeça fazer outra coisa que não fosse veterinária”. Hoje com 50 anos, Jaime profissionaliza a arte, que também é vendida. O artista trabalha com o “costumbrismo’’, que é um movimento artístico que tem o objetivo de retratar os costumes e características de uma sociedade. “É a arte que retrata usos e costumes de um povo. Sempre procurei fazer isso, porque vai passar um tempo e alguma pessoa vai querer saber como o gaúcho se vestia. Então, que uma imagem minha possa servir para isso”, considera.
Os desenhos de Jaime são feitos principalmente com lápis grafite, mas ele vem se aventurando também na pintura a óleo. Totalmente autodidata, conta que aproveita vídeos disponibilizados na internet para aprender novas técnicas. As peças são expostas no perfil do Instagram (@jaimeeduardoiserhard). “Não faço muito marketing, tenho rede social só por causa disso. Há os desenhos que já vendi e as camisetas, que são uma parceria com uma grife – eu cedo as imagens e eles imprimem e me pagam em peças”, comenta. Jaime também já fez trabalho para livros e desenho para CD. O mais importante, para o veterinário e artista, é retratar o gaúcho. “Gosto que envolva algum questionamento e retrate nossa tradição, a forma de o gaúcho se vestir e usar o cavalo”, destaca.
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Uma das produções de Jaime é uma pasta em forma de cronologia que retrata as diversas fases do gaúcho, divididas em períodos históricos. A pesquisa e os desenhos da pasta foram feitos por Jaime e hoje são um dos principais produtos vendidos por ele.
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