O Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC) está em processo de encerramento de suas atividades. A desativação, prevista desde 2022, conclui um ciclo de 89 anos de serviços prestados ao Exército Brasileiro e ao Rio Grande do Sul. A expectativa é de que esse processo seja encerrado até 31 de dezembro.
A decisão faz parte de um amplo processo de reestruturação das Forças Armadas, com o objetivo de modernizar e racionalizar as operações logísticas. As atividades do Arsenal, que incluíam fabricação, manutenção e modernização de equipamentos militares, serão transferidas para o Parque Regional de Manutenção de Santa Maria.
Fundado em 1935, quando o município ainda era conhecido como Margem do Taquari, o Arsenal de Guerra desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da região. Em 1939, sua presença foi decisiva para a transferência da sede municipal de Santo Amaro do Sul para o local atual. Em 1940, recebeu o nome de Arsenal de Guerra General Câmara, em uma homenagem ao marechal José Antônio Corrêa da Câmara.
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O prefeito Helton Holz Barreto ressalta que, apesar do legado para o município, o fechamento não deve provocar grande impacto na economia. “Não recebemos nada pelo Arsenal. O que poderá ocorrer é que alguns militares deixem a cidade, mas já sabemos que cerca de 40 servidores civis permanecerão morando aqui.”
Além do Arsenal, o Exército mantém um extenso patrimônio em General Câmara, incluindo 242 imóveis, um ginásio de esportes, um clube e terras. Grande parte dessas propriedades são residências de militares da ativa e da reserva. A destinação da vila militar será gerida pela Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul (SPU/RS).
Sobre a questão dos terrenos e prédios do Arsenal, Barreto explica que o Município já apresentou projetos detalhados para cada área e formalizou pedidos à União. Ao todo, são oito matrículas que somam pouco mais de 1 milhão de metros quadrados, contemplando diferentes finalidades, como uma área desocupada de 74 hectares na entrada da cidade e setor industrial de 8 hectares, com pavilhões somando 4 mil metros quadrados.
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“A proposta é destinar essa área para empresas que queiram se instalar na cidade. O Município oferecerá incentivos como isenção de custos iniciais, taxa mínima de ISSQN e outros benefícios específicos para fomentar a geração de empregos e desenvolvimento local”, explica o prefeito.
O prefeito Helton Holz Barreto informou que serão destinadas 25 unidades habitacionais do Arsenal para as famílias que perderam suas residências com a enchente e vivem em áreas de risco. O processo será realizado como doação, com prioridade para os mais atingidos e em situação de vulnerabilidade.
Outros espaços, como um campo de futebol, devem ser transformados em área esportiva municipal de uso coletivo. Também há propostas de utilização para um centro de recuperação de dependentes químicos, além de espaços destinados a eventos festivos e sociais do município.
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O Arsenal de Guerra de General Câmara foi criado em 1773, em Porto Alegre, com o nome de Trem de Guerra da Província de São Pedro do Sul. Entre as suas missões, forneceu meios para as tropas imperiais na província e mais tarde fabricou armamento leve e pesado durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1935, foi transferido para General Câmara. Em 1940, recebeu o nome atual.
Desde abril deste ano, o Arsenal iniciou a transferência de seus materiais para outras organizações militares dos comandos militares do Sul, Leste e Sudeste. Cerca de 165 militares da ativa também serão realocados para essas unidades. A operação é coordenada pelo Comando Logístico, que supervisiona o transporte e destino dos equipamentos.
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