Agronegócio

Área plantada com trigo está 40% menor no Vale do Rio Pardo

Depois de alguns anos em crescimento, a área plantada com trigo teve expressiva queda no Vale do Rio Pardo em 2024. Os dados da Emater/RS-Ascar mostram uma redução de 40,9% em relação à safra anterior, totalizando apenas 10,9 mil hectares em 14 municípios, ante os 18.455 de 2023. Os motivos apontados para essa baixa são o aumento do custo de produção e a desvalorização do grão no mercado nacional. Em razão dessa relação custo-benefício desfavorável, muitos agricultores optaram por abandonar a cultura.

Conforme o engenheiro agrônomo e extensionista rural Josemar Parise, do escritório regional da Emater de Soledade, outro ponto a se observar é a quebra da produção no ano passado, em função dos grandes acumulados de chuva durante a primavera. Até agosto, segundo, ele, tudo corria bem, mas em setembro, durante os períodos de reprodução, florescimento e enchimento de grãos, a umidade atrapalhou. “É uma fase crítica, a cultura não tolera excesso de chuva, então a própria frustração com a safra trouxe como consequência a diminuição das áreas.”

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Isso aconteceu mesmo com as previsões otimistas para o tempo no segundo semestre deste ano, que indicavam chuvas regulares e dentro da média. Assim, favoráveis para os cereais de inverno, entre eles o trigo.

“É claro que vai depender de como vai ser de agora até a colheita. Como já referi, a cultura não tolera muita chuva nessa fase“, sublinha Parise. Os problemas acarretados são as doenças fúngicas, sobretudo a Gibberella, e a perda de peso específico, uma das referências para a precificação do produto.

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A queda mais acentuada foi em Encruzilhada do Sul, município com a maior área plantada entre os 14 do recorte geográfico conhecido como Baixo Vale do Rio Pardo. Lá, o total caiu de 5 mil para 2,5 mil hectares cultivados, ou -50%. Em Rio Pardo, o segundo no ranking, o cenário é igual, com queda de 4 mil para 2 mil hectares.

Na sequência, com áreas menores, aparecem Vale Verde, com -65%; Venâncio Aires e Passo do Sobrado, com -58%; e General Câmara, com -48%. Santa Cruz do Sul, porém, registrou aumento de 300%, passando de 50 para 200 hectares plantados.

Na área de abrangência do escritório de Soledade da Emater, a situação é semelhante. Em 2023, a área total somava 88,5 mil hectares. Agora, é de 61.150 hectares, redução de 30,9%. Em relação ao preço, a média da saca de 60 quilos está em R$ 75,00. É um aumento significativo de R$ 25,00, ou 50%, em relação ao mesmo período do ano passado, quando o produto estava sendo vendido a uma média de R$ 50,00.

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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