A Justiça do Trabalho de Santa Cruz do Sul volta a colocar parte da estrutura do antigo Frigorífico Três C, na cidade de Rio Pardo, a leilão no dia 11 de novembro, às 15 horas. Caso não haja interessados, outra tentativa de venda por lance está prevista para o dia 25, sempre na sede do leiloeiro oficial, na Rua Carlos Maurício Werlang, 334, no Bairro Santo Inácio, em Santa Cruz do Sul. O complexo localizado no Bairro Nossa Senhora do Rosário está com as atividades paralisadas desde o início de março do ano passado.
O complexo industrial que irá a leilão está avaliado em R$ 13 milhões, com lance mínimo de R$ 7,8 milhões. A estrutura é formada por seis áreas com o total de 100.777 metros quadrados, nos subúrbios de Rio Pardo, junto ao Potreiro de Nossa Senhora. Os locais contêm todos os equipamentos e benfeitorias necessárias e úteis ao funcionamento do frigorífico, incluindo açudes de decantação e oxidação dos efluentes industriais, pilhetas de concreto armado destinadas à decantação dos afluentes industriais, prédio de alvenaria em quatro níveis com salas de matança e de desossa, câmaras de resfriamento e de estocagem, túneis de congelamento, graxaria, espaço de miúdos, de couros, de patas, buxaria, rampa de acesso, barraca de couros, máquinas, subestação de energia elétrica, usina de emergência, entre outros setores.
Duas tentativas de venda da estrutura ocorreram no início do ano, nos dias 25 de fevereiro e 11 de março, mas sem interessados. As instalações foram lacradas em setembro do ano passado, quando o então juiz da Vara Adjunta do Juizado Especial Cível de Rio Pardo, Osmar de Aguiar Pacheco, determinou a medida cautelar atendendo a solicitação de um dos credores, de Porto Alegre, com o objetivo de garantir que não houvesse a retirada de equipamentos e documentos. Em 16 de setembro, o administrador do faturamento nomeado pelo juiz, Renan Klein Soares, e oficiais da Justiça fizeram uma diligência nas instalações para a apreensão dos demonstrativos contábeis.
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Desde a paralisação das atividades no início de março do ano passado, o frigorífico aguardava a definição nas negociações com grupos de investidores de outros estados para retomar os abates. No entanto, vários pedidos de execução contra a empresa entraram na Justiça, havendo elevado valor de dívidas para diversos credores, sendo o maior deles a União. Nos últimos anos, o empreendimento alternava períodos de funcionamento e outros sem operações.
A falência do frigorífico chegou a ser decretada em 12 de junho de 2008 na 6ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS). As atividades da empresa foram suspensas em 27 de junho daquele ano quando os oficiais da Justiça lacraram as portas do empreendimento após a decisão ser comunicada ao Fórum da cidade. Mas a assessoria jurídica conseguiu reverter a medida depois de formular um agravo de instrumento para o relator do processo, alegando que o valor da dívida, de aproximadamente R$ 67,5 mil na época, foi depositado em juízo no dia 19 de junho para a empresa que fez o pedido de falência.
Em março de 2012, a Castanheira Empresarial, liderada pelo empresário Hélio Alves, do Rio de Janeiro, assumiu o controle acionário do Frigorífico Três C e também o patrimônio pela dívida, avaliada em R$ 200 milhões. Mas o valor dos débitos não foi quitado dentro do prazo previsto e a ordem de intervenção foi reiterada. A medida cautelar determinando que as instalações fossem lacradas, em setembro do ano passado, além de permitir o acesso aos documentos contábeis, teve por objetivo evitar que a empresa retornasse às atividades à revelia do conhecimento público.
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