O setor arrozeiro, em especial a área técnica, está debatendo nesta semana, no 12º Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, em Santa Maria, a diversificação de renda em sistemas de produção da cultura. O tema está cada vez mais em evidência no segmento, como forma de assegurar melhores resultados econômicos e agronômicos na atividade. A área técnica busca reforçar sua contribuição para alcançar este objetivo, o que se evidencia no evento, promovido pela Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), em realização da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e correalização de outras instituições de pesquisa.
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Ao focar a relevância da diversificação em terras baixas, o professor e doutor Enio Marchesan, da UFSM, salientou a necessidade de se adequar a área a receber culturas de sequeiro, “para ter menos insucessos e mais assertividade”. Indicou várias providências básicas a tomar acima e abaixo do solo. Acima, “é preciso ter o domínio sobre o fluxo das águas e da irrigação”, lembrando que é muito comum a falta de drenagem, mas “a irrigação é tão importante quanto a drenagem para obter alto teto produtivo e estabilidade na produção”. Já abaixo da superfície, segundo ele, é fundamental a descompactação do solo, porque “o compactado prejudica o sistema radicular, a nutrição, enfim a produtividade”.
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A drenagem e a suavização de relevo, assim como a irrigação por superfície em terras baixas, receberão enfoque hoje, junto com a utilização de ferramentas digitais na gestão da lavoura. Já desde terça-feira, 26, foram expostos e debatidos em painéis os benefícios e as limitações da diversificação nesses solos, junto com manejo da fertilização, uso de mineralizadores, sistemas de produção e manejo de plantas daninhas, doenças e nematoides na cultura, boas práticas em aplicações aéreas, potencial do controle biológico e consumo.
Em palestras feitas nesta quinta-feira, 28, pela manhã, foi reforçada a importância da rotação de culturas também no controle fitossanitário. A pesquisadora Valácia Lobo, da Embrapa Arroz e Feijão, sediada em Goiás, reiterou a relevância do manejo integrado, onde também se insere a rotação de culturas não hospedeiras e diversas medidas para construção de um solo com saúde. O professor e doutor Julio Carlos da Silva, da UFSM, observou que é importante trazer para o arroz o que se aprendeu em outras culturas, ação favorecida pela rotação, que também contribui na recuperação microbiana do solo, aumentando sua defesa natural.
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Silva tratou do uso de bioinsumos em doenças no arroz. Observando que mostra eficiência, por exemplo, em promoção de crescimento, resistência das plantas e qualidade do grão, e bons resultados em associação com químicos, mas há ainda muito a crescer na questão. Mencionou que hoje existem 92 produtos biológicos com potencial de uso no arroz irrigado, tendo em especial bacilos como agentes.
Já Tereza Cristina de Oliveira Saminez, do Ministério da Agricultura, registrou que a legislação na área é mais recente, a partir de 2003, e que continua em aprimoramento, assim como o conceito está em evolução. No total, há 434 registros feitos no ministério.
Em relação à rotação de culturas nas áreas de arroz irrigado, conforme consta no Anuário Brasileiro de Arroz 2022, da Editora Gazeta, o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) informa que o cultivo de soja nesse sistema no Estado atingiu 372 mil hectares na safra 2020/21, representando a maior área já cultivada e 39,3% da superfície ocupada com o cereal na temporada. Destaca a melhoria oferecida pela prática nas condições de fertilidade do solo e no controle de plantas daninhas para a lavoura de arroz. Também divulga o empenho em ampliar a iniciativa de forma mais intensa com a introdução de mais culturas em rotação, como o milho, com possibilidades de elevada produtividade.
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