Área a ser construída em Santa Cruz cresce 18,25%

O primeiro semestre de 2019 fechou com saldo positivo na quantidade de metros quadrados aprovados para construção civil em Santa Cruz do Sul. Conforme a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, o aumento na área a ser construída é de 18,25%. O setor está otimista e acredita na retomada gradativa das obras, com aquecimento da construção civil já para o ano que vem.

“Estamos no ritmo do período pré-crise. O resultado deste primeiro semestre é semelhante ao (do mesmo período) dos anos de 2012 e 2013. Acreditamos que o auge da crise já passou”, revela o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Jeferson Gerhardt. De acordo com ele, entre janeiro e junho deste ano, foram aprovados 238.121 metros quadrados. “O segundo semestre sempre tem menos iniciativas protocoladas. Porém, se seguirmos nesse ritmo, fecharemos o ano com 400 mil metros quadrados aprovados.”

Gerhardt explica que, além do aumento nos projetos que contemplam diferentes áreas da cidade, a expansão horizontal na construção de casas também é grande nos bairros Country e Linha Santa Cruz. No ranking dos bairros que mais cresceram nos últimos dois anos, o Country lidera, com 291 novas unidades de janeiro de 2017 até junho de 2019. Linha Santa Cruz é o segundo, com 143 pedidos aprovados no mesmo período, seguido pelo Centro, que soma 136. Linha João Alves (99), Jardim Europa (94) e Arroio Grande (88) fecham o top 5.

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Se na quantidade de metros quadrados aprovados o crescimento é notado, quem comercializa materiais de construção também está otimista com a movimentação de projetos para obras. Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Vale do Rio Pardo (Acomac), Roni Roberto Schuh, os dois últimos meses de 2018 já apontavam para uma reação nas vendas em Santa Cruz. “Na contramão, os primeiros três meses deste ano não foram tão bons. Foi a partir de abril que as vendas começaram a decolar”, explica.

Para o empresário, o segundo semestre, que mal começou, também sinaliza para um aumento nas vendas. “Se a tendência de vendas continuar nesse crescimento, teremos um ano muito bom para o segmento de materiais de construção”, conta o presidente da Acomac.

Investidores aquecem o mercado

Para o engenheiro civil Silvio Kist, a retomada na construção tem relação com novos empreendimentos de investidores. Segundo ele, o mercado de locação de imóveis está em alta. “O investidor está aplicando recursos na construção de prédios e imóveis para uso e locação. Estamos realizando vários orçamentos, e isso nos faz acreditar que o segundo semestre será igualmente bom.”

Kist revela que investidores de outras cidades têm demonstrado interesse por Santa Cruz do Sul, o que deverá, de acordo com ele, refletir no aumento de empreendimentos na construção nos próximos meses. “Essa movimentação aumenta o otimismo em uma retomada das obras e dos investimentos na construção civil.”

Foto: Bruno Pedry

 

Próximo ano deve ser promissor para a construção em Santa Cruz

Segundo o vice-presidente do Escritório Regional Vale do Rio Pardo do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Auro Schilling, o fôlego no segmento ainda não foi retomado por completo. “Ainda existe uma incerteza no mercado, especialmente para a compra de imóveis. O medo do desemprego ainda trava a contratação de financiamentos habitacionais”, ressalta.

Schilling explica que a movimentação no mercado imobiliário deve-se ao fato de o setor ser sempre uma boa opção de investimento. Diferentemente de outros bens materiais, como os veículos, os imóveis não se desvalorizam com o passar do tempo. Ao contrário, continuam se valorizando, tornando-se uma opção de aplicação para quem tem capital e deseja investir.

“A mudança do cenário econômico com a aprovação das reformas da Previdência e, principalmente, a tributária, deverá impactar de forma positiva, já a partir de 2020. Acreditamos que o próximo ano será bem diferente para o setor”, avalia o vice-presidente regional do Sinduscon-RS.