Os vereadores de Santa Cruz do Sul aprovaram o projeto de lei da Prefeitura que torna obrigatória a substituição, em todas as escolas públicas e privadas do município, dos sinais sonoros estridentes para poupar incômodos aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A proposta é que, no lugar dos sons tradicionais, sejam implantados “sinais musicais e/ou visuais adequados” para esses alunos.
A medida, que vem sendo aplicada em outros municípios, baseia-se em estudos segundo os quais mais da metade dos autistas apresentam hipersensibilidade – ou seja, são mais sensíveis aos estímulos do entorno, como os sinais sonoros. “O que pode ser uma sensação considerada normal e tolerável para pessoas neurotípicas – sem nenhum transtorno de desenvolvimento – pode ser considerada um estímulo verdadeiramente aversivo para uma pessoa autista, a ponto de gerar angústias e sofrimentos incapacitantes”, diz a justificativa do governo.
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Uma vez sancionada a lei pela prefeita Helena Hermany (PP), as escolas terão prazo de seis meses para se adequar. Pessoas ligadas à Associação Luz Azul, que defende os interesses dos autistas, acompanharam a votação no plenário e aplaudiram quando o resultado foi proclamado.
Aprovado por unanimidade, o projeto recebeu elogios de todos os vereadores. Mãe de um menino autista, Nicole Weber (PTB) afirmou que a medida é “simples, mas faz muita diferença” e estimulará também a conscientização de crianças que convivem com os portadores. “Passamos anos sem ir em festas e restaurantes. Os barulhos incomodavam muito o meu filho”, relatou. Nicole, porém, não chegou a participar da votação porque teve um mal-estar durante a sessão.
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