Os conglomerados de tecnologia Google e Apple, dos Estados Unidos, anunciaram uma iniciativa conjunta de rastreamento. O objetivo das empresas é que os governos possam utilizar a ferramenta para monitorar os fluxos de circulação de pessoas como forma de controle da disseminação da pandemia do novo coronavírus.
A tecnologia vai envolver interfaces de programação de aplicação (APIs, na sigla em inglês) no nível de sistemas operacionais, para facilitar que autoridades de saúde possam utilizar os dados dos smartphones para medir o fluxo de pessoas. O Google é o detentor do sistema operacional Android e a Apple, do iOS, concentrando quase a totalidade de smartphones do planeta. Os apis oficiais de governos poderão ser baixados nas lojas (Play Store do Google e Apple Store da Apple).
Para além disso, as duas empresas informaram que trabalham em uma iniciativa de rastreamento de pessoas utilizando a tecnologia bluetooth (aplicada em diversas soluções, como para conectar aparelhos em caixas de som). A ferramenta permitirá mapear quem entrou em contato com pessoas infectadas para subsidiar estratégias de contenção da disseminação do vírus.
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Com esse projeto, será possível integrar mais usuários a esse ecossistema, incluindo as autoridades de saúde. O comunicado conjunto das duas empresas não detalhou como esse sistema funcionará.
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Google e Apple têm acesso à quase totalidade dos 5,2 bilhões de smartphones existentes em todo o planeta por meio dos sistemas operacionais. Para além disso, o Google controla o maior mecanismo de busca, de mesmo nome, utilizado por bilhões de pessoas, a maior plataforma de vídeo, o Youtube (2 bilhões de usuários), e o maior servidor de e-mail, o Gmail (1,5 bilhão de usuários).
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Já a Apple é uma das maiores fabricantes de telefones celular do planeta, além de outros dispositivos, como computadores, serviços de TV por demanda, agregadores de notícias e conteúdo próprio. Segundo a assessoria do Google, ainda não há nenhuma parceria firmada ou em negociação com o governo do Brasil.
Privacidade
A Associação de Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU) se manifestou por meio das redes sociais ponderando que a iniciativa precisa demonstrar como vai assegurar a privacidade dos cidadãos, ou não terá efetividade. “A informação não pode ir para um governo ou para qualquer companhia e a escolha de usar ou não esse sistema deve ser inteiramente nossa”, defendeu a entidade no perfil do Twitter.
As práticas de monitoramento dos cidadãos vêm sendo adotadas já no Brasil e levantam preocupações de autoridades e pesquisadores na área de privacidade e proteção de dados.
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