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Aposte no calor humano

A proliferação de notícias falsas ou manipuladas nas onipresentes redes sociais talvez promova o milagre de uma nova revolução nas relações humanas. Está comprovado que não existe segurança absoluta em termos tecnológicos. Ou seja, tudo que o leitor redigir no smartphone ou computador está em poder de alguma empresa.

Nossas informações são moeda de troca que rendem bilhões em um mercado encoberto pela névoa de ilegalidades jamais combatidas por quem deveria punir os infratores. Fotos, vídeos, conversas, ilustrações. Tudo está armazenado em algum lugar do mundo virtual, inacessível para mortais comuns que apenas usam o celular para se comunicar.
 A exibição de conversas privadas na imprensa não só é ruim, mas tem como agravante a fragmentação ou supressão do contexto em que ocorreu essa comunicação. O custo dos aparelhos e alto valor das contas cobradas pelas operadoras são inversamente proporcionais à segurança oferecida.

Tomara que voltemos às conversas “olho no olho”, de usar o celular apenas para marcar encontros e confraternizações para dar boas risadas. Talvez seja um sonho ridículo de quem valoriza sobremaneira o contato humano.

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No último dia 7, quando aniversariei, um dileto amigo que não identifiquei logo atendeu o telefone da seguinte maneira:
– Em tempos de redes sociais, ligar pessoalmente é uma manifestação de amor!

Bingo!

O velho parceiro jornalista Pedro Dreher, craque do design gráfico do Correio do Povo e conhecido dos meus primeiros anos de jornal em Santa Cruz do Sul, foi autor dessa original abordagem para me desejar um feliz aniversário.

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Ele está coberto de razão. É raro receber um telefonema. É uma prática soterrada pelas mensagens do WhatsApp ou Facebook. A indiferença das redes sociais soterrou as relações, congelou o afeto e nivelou por baixo os relacionamentos hoje descartáveis, turbinados pelo exibicionismo. Torço para a volta da era do abraço, do “Parabéns a Você” frente a frente e – por que não? – até das discussões com dedos em riste no lugar das ofensas tão fáceis de digitar.

Adotei a prática de resgatar velhas amizades. Todos nós temos companheiros que em algum momento da vida foram indispensáveis, mas que, pelas contingências do destino, afastaram-se do nosso convívio. Nesse aspecto, as redes sociais trabalham a favor de nostálgicos, como este que vos digita.

Reencontrar um amigo inesquecível é uma sensação única, indescritível. Sugiro ao leitor (a) que pratique este “acolhimento de saudade”. É show!

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