Após ter reduzido o cultivo sob influência da pandemia e outros fatores, o Brasil recuperou no período 2021/22 o plantio de algodão, do qual é o quarto maior produtor e segundo maior exportador. Em comparação com a temporada anterior, a área teve forte expansão: 19,4%, pelos dados de fechamento de safra divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) em 15 de dezembro de 2022, ou 16,8%, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a produtividade foi prejudicada pelo clima e teve redução, mas a produção final ainda cresceu com maior área (5,8%, conforme a Abrapa; ou 8,2%, pela Conab).
Para a nova etapa produtiva, em que estava sendo iniciado o cultivo na virada do ano, a previsão da entidade dos produtores em dezembro era de que se mantivesse um avanço na área (1,3%), o que também era projetado pela companhia federal em janeiro (2,6%). A perspectiva inicial ainda era de que a produtividade fosse recuperada e pudesse ser alcançada uma produção perto de 3 milhões de toneladas de pluma, o que permitiria também voltar a exportações mais próximas a 2 milhões de toneladas na safra do ano.
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As vendas externas, que absorvem a maior parte da produção brasileira, tiveram em 2022 (ano civil) um decréscimo no volume exportado, de 2 para 1,8 milhão de toneladas (10,6%), devido à redução da produção por problemas climáticos, como expôs o Boletim de Inteligência de Mercado da Abrapa em 13 de janeiro de 2023. Mas ressaltou que, pelo quarto ano consecutivo, as exportações brasileiras da algodão batem recorde em receitas, totalizando em 2022 o valor de US$ 3,67 bilhões, elevação de 9% em relação a 2021, com aumento de 21% no preço médio por tonelada (de US$ 1,7 mil para US$ 2 mil).
Desta forma, segundo a mesma fonte, o algodão se consolida como a sétima maior cadeia exportadora do agronegócio brasileiro, após o complexo soja, carnes, produtos florestais, açúcar/álcool, milho e café. Informa ainda que os maiores compradores externos em 2022 foram; China (29%), Vietnã (15%), Paquistão, Bangladesh e Turquia (13%), e Indonésia (7,3%). Por fim, destacou que, no ano, o programa Cotton Brazil, da Abrapa, em parceria com a Agência de Promoção Apex-Brasil e Associação Nacional dos Exportadores (Anea), realizou quatro missões internacionais, além de outras ações nos países prioritários. Já no início de 2023 foi anunciada abertura para o exigente mercado do Egito.
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Ainda em dezembro de 2022, manifestações do então presidente da Abrapa, Júlio Busato, e do novo dirigente Alexandre Schenkel, que assumiu a presidência em 2023, realçavam a confiança na produção brasileira e no mercado. Mesmo com queda nos preços internacionais ao final do ano e custos altos a dificultar ganhos, Busato registrou que o setor produtivo de algodão no Brasil continuaria apostando na produção, com a expectativa de bons resultados no futuro. Ressaltou características de rastreabilidade, qualidade e sustentabilidade do produto nacional, com programas como Algodão Brasileiro Responsável (ABR), existente há dez anos.
Também Schenkel lembrou que, com essas peculiaridades, as vendas em 2022 garantiram prêmio adicional que representa cerca de US$ 150,00 por hectare. Observou ainda que a sustentabilidade da fibra será uma das bandeiras da entidade para continuar a valorizar a pluma brasileira e promover o consumo interno e externo nos próximos anos. Em reunião da Câmara Setorial do Algodão no final do ano, outras iniciativas na área receberam atenção, como a certificação oficial do produto brasileiro, parceria entre Ministério da Agricultura e Abrapa, e ABR-Log, protocolo socioambiental nos terminais portuários, visando aprimorar a qualidade das operações para o produto chegar ao destino sem avarias e fortalecer quesitos sociais e ambientais em mais um elo da cadeia produtiva.
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