Entre todas as restrições impostas pela Covid-19, talvez a mais difícil de ser assimilada e cumprida pela população é o isolamento social. Ficar longe dos familiares, amigos e até mesmo ter que trabalhar da própria casa tem se mostrado um grande desafio e exigido que as pessoas se adaptem constantemente, mesmo passado mais de um ano desde que a pandemia começou. Contudo, dois exemplos mostram que é possível se adaptar.
A técnica de pré-impressão Evelyn Cassel, 26 anos, está trabalhando a partir de casa, no chamado home office, desde março de 2020. Passado todo esse tempo, as dificuldades foram superadas e ela está adaptada. “Não tem sido fácil porque a gente tem uma rotina. Acorda, vai para o trabalho, estuda, faz academia, tem outras tarefas. De repente tudo para, você começa a trabalhar de casa. Não é fácil, mas dá para acostumar. Hoje, eu não trocaria essa rotina para voltar ao escritório, se tiver essa oportunidade”, afirma.
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O principal ponto negativo citado por Evelyn é a falta de interação social, especialmente com os colegas de trabalho. “Tem alguns com quem não converso há um ano. Só vejo a foto nas reuniões virtuais, mas não tenho contato com eles”, acrescenta. Já entre os pontos positivos, ela cita o maior tempo livre para si mesma. “Não preciso perder tempo me deslocando. Eu acordo, vou para o meu escritório, trabalho e, quando encerro meu horário, já estou em casa.” Dessa forma, sobra tempo para projetos pessoais, hobbies, exercícios físicos e outras atividades.
Em relação à situação do Brasil, Evelyn pede que a população tenha mais consciência. “As pessoas deveriam seguir os protocolos de segurança, usar máscara, álcool gel e ficar em casa o máximo possível. Deveriam ter mais empatia e isso é uma coisa realmente difícil de se ver hoje. Se todos tivessem empatia, e se conscientizassem de que esse vírus está aí e mata, as coisas não estariam como estão hoje”, completa.
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Também em home office desde o início da pandemia, a administradora Schirle Becker, 42 anos, diz que o isolamento não é uma opção nem uma vivência fácil, contudo, é algo necessário devido ao momento em que vivemos. “Nessa semana, completei um ano de isolamento e fiz várias reflexões. No início imaginava que seriam 15 dias e tudo ia passar, depois se estendeu por mais 30 dias, depois mais 30. Sinceramente, percebi que as atividades não voltariam ao normal e que viver essa anormalidade seria a realidade.” Em relação às principais dificuldades, Schirle diz que elas existem em todas as formas “normais” de se trabalhar. “É salutar e necessário se reinventar sempre”, afirma.
Para ela, o principal ponto positivo é a proximidade com os filhos e também a possibilidade de proteger a família por meio do isolamento social. “Pude reavaliar as prioridades, me reinventar e desenvolver novas habilidades, como, por exemplo, pintar o meu próprio cabelo”, destaca. Já entre os pontos negativos, o horário de trabalho, que muitas vezes acaba se estendendo além do previsto, é um desafio. “Não tem o ‘fecha a porta do escritório e vai para casa’, já estou em casa”, aponta. Além disso, a falta de convívio com familiares e amigos, e a saudade que as crianças sentem da escola, dos colegas e da rotina também são dificuldades.
Ao comentar sobre os motivos que a levam a seguir rigorosamente as medidas de prevenção, enquanto muitos optam por ignorá-las, Schirle diz que se trata de uma questão de empatia, amor e respeito ao próximo. “Tenho o entendimento de que esse é um problema sério e isso é o certo a se fazer. Se está ao meu alcance e eu posso, por que não o faria?”, questiona. “Não podemos ficar apáticos ou indiferentes com tantas vidas perdidas. E o pior, negar que temos um problema. Desrespeitar as regras não nos torna imunes ao vírus”, acrescenta.
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