O reforço na expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos ainda em 2015, após dados fortes do mercado de trabalho americano em outubro, fez o dólar subir mais de 1% ao longo desta sexta-feira, 6, atingindo máxima na casa de R$ 3,84. A moeda, porém, perdeu força no final da sessão e fechou em leve queda, em um ambiente de baixo volume de negócios.
O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, cedeu 0,37%, a R$ 3,762 na venda. Na semana, houve baixa de 2,56%. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,13% no dia e caiu 2,36% na semana, para R$ 3,774 na venda. Entre as 24 principais divisas emergentes do mundo, a moeda americana subiu sobre 18 nesta sexta-feira. O dólar também se valorizou em relação às dez principais moedas do mundo – entre elas iene, euro e libra esterlina.
A alta do dólar durante a sessão refletiu o relatório de emprego dos EUA. O documento mostrou que foram criadas 271 mil novas vagas de trabalho na economia americana em outubro, bem acima das expectativas de 185 mil postos, de acordo com a agência internacional Bloomberg. A taxa de desemprego caiu de 5,1% em setembro para 5% no mês passado, no menor nível desde abril de 2008.
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Os dados positivos reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) começará a subir a taxa de juros dos EUA em sua próxima reunião, em dezembro. Um aumento de juros nos EUA provocaria uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para a economia americana, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco.
Na quarta-feira, 4, a presidente da autoridade monetária americana, Janet Yellen, afirmou que uma elevação em dezembro de 2015 é uma “possibilidade real”. Ela frisou, contudo, que o mercado de trabalho precisaria mostrar sinais sólidos para que o Fed pudesse dar início ao aperto monetário nos EUA. Na quinta-feira, 5, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego registrou o maior aumento em oito meses na semana passada, embora tenha se mantido em níveis consistentes com um mercado de trabalho saudável.
Também nesta semana foi informado que os empregadores privados dos EUA abriram 182 mil vagas de trabalho em outubro, um pouco acima das expectativas dos economistas, segundo dados da processadora de folhas de pagamento ADP. Internamente, o mercado digeriu nesta sexta-feira a aceleração da inflação brasileira em outubro, medida pelo IPCA, que chegou a 9,93% no acumulado dos últimos 12 meses.
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No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos fecharam a sessão com sinais opostos na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 caiu de 14,255% para 14,240%, enquanto o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,630%, ante 15,570% na última quinta-feira.
Ações em baixa
No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira ampliou a perda registrada desde a abertura das negociações nesta sexta-feira após a divulgação dos dados americanos, e fechou no vermelho. O Ibovespa recuou 2,35%, a 46.918 pontos. Na semana, contudo, houve alta acumulada de 2,29%. O volume financeiro movimentado nesta sexta-feira foi de R$ 5,9 bilhões.
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A desvalorização das ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, ajudou a derrubar o Ibovespa no dia. Os papéis perderam 5,70%, para R$ 13,06 cada um. Já as ações ordinárias da companhia, com direito a voto, recuaram 7,55%, a R$ 15,67.
A baixa dos papéis foi reflexo do rompimento de barragens da mineradora Samarco, joint venture da Vale com a australiana BHP. A tragédia paralisou a unidade da empresa em Mariana (MG), além de ter deixado mortos e desaparecidos.
Outros papéis importantes do Ibovespa também fecharam no vermelho. As ações preferenciais da Petrobras e do Itaú, por exemplo, cederam 3,58% e 1,51%, respectivamente, para R$ 7,82 e R$ 28,14. Das 63 ações que compõem o índice, apenas nove subiram -a Braskem liderou as altas, ao avançar 2,02%.
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