A maioria dos professores deve retomar suas atividades nesta quinta-feira, 16, em Santa Cruz do Sul, apesar da greve geral anunciada pelo Cpers/Sindicato na semana passada. Ontem, boa parte do magistério estadual paralisou para participar do protesto contra a reforma da Previdência, que ocorreu em todo o País. Embora a manifestação da categoria seja por tempo indeterminado, a previsão das direções é de que boa parte dos educandários tenha aulas normais.
Das 12 escolas consultadas na tarde dessa quarta-feira, cinco informaram que haverá paralisação parcial, pelo menos até amanhã. São elas: Santa Cruz, Willy Carlos Frohlich, Luiz Dourado, Rosário e Goiás. No entanto, apenas nas duas últimas algumas turmas ficarão sem aula. Nas demais, tudo deve ocorrer sem alterações e os estudantes estão orientados a irem normalmente. Diretores ressaltam, porém, que professores podem aderir ao movimento de última hora. A 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE) recomenda que pais e responsáveis entrem em contato direto com as escolas antes de levarem os filhos para a aula, caso não tenham recebido bilhetes. Na região, as principais escolas estaduais também terão aulas normalmente hoje. O rumo da greve será definido na próxima segunda-feira, às 14 horas, em reunião na sede do 18º Núcleo do Cpers.
A paralisação iniciou ontem, quando a maioria das escolas teve suas atividades parcial ou totalmente interrompidas. Um volume expressivo de estudantes e professores participou do protesto contra a reforma da Previdência. Mesmo tendo como assunto principal as mudanças pretendidas pelo governo federal, pautas constantes de manifestações da categoria voltaram à tona no ato. Entre as reivindicações de professores e servidores estaduais estão o pagamento integral do salário até o último dia do mês, pagamento integral do 13º salário, reposição salarial sem alteração do Plano de Carreira e pagamento do piso nacional do magistério. Além disso, se posicionam contra terceirizações e as reformas previdenciária, trabalhista e do ensino médio.
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Comitê
Representantes sindicais se reúnem na noite de hoje para criar o Comitê Regional de Luta Contra as Reformas Neoliberais. O encontro ocorrerá a partir das 19h15 no anfiteatro do bloco 18 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Na oportunidade, os participantes falarão sobre os impactos da reforma da Previdência para a classe trabalhadora. Devem participar o deputado federal Elvino Bohn Gass, o professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Unisinos, Bruno Lima Rocha, o sociólogo e professor universitário Caco Baptista e Elbe Belardinelli e Marcelo Carlini, representantes do Cpers e da CUT, respectivamente.
Aula pública e caminhada contra a reforma
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Palavras de ordem tomaram ruas centrais de Santa Cruz na manhã de ontem, no protesto contra a reforma da Previdência. O movimento contou com manifestantes de diversas categorias, vindos de municípios como Vera Cruz, Rio Pardo e Venâncio Aires. Houve aula pública com o sociólogo e professor universitário Caco Baptista. “Não tem rombo, não precisa fazer a reforma. Ela vai impedir que as pessoas se aposentem e vai levar a classe média a comprar a aposentadoria privada. Por isso é importante ir para a rua e não deixar a proposta passar”, enfatizou ele.
Após, os manifestantes saíram em caminhada pelo Centro. Passaram pelas ruas Marechal Floriano, 28 de Setembro, Tenente Coronel Brito, Ramiro Barcelos e Ernesto Alves, onde o grupo se concentrou na frente da 6ª CRE. Os professores realizaram uma plenária e definiram a data do próximo encontro da categoria. Aos poucos, os demais trabalhadores se dispersaram. O protesto se encerrou por volta das 11h15. Estiveram presentes representantes dos sindicatos dos Comerciários; Metalúrgicos; Bancários; de Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm); de professores das redes municipal e privada; União dos Estudantes Santa-cruzenses (Uesc); Cpers; Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Sintravestuário; CUT Regional e CSP Conlutas.
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