Começa na noite desta terça-feira, 24, com vagas esgotadas, o curso de extensão “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, oferecido na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O tema causou polêmica no município e motivou a Associação Comercial e Industrial (ACI) a mandar ofício à reitoria da universidade criticando a decisão. Já a Unisc afirma que o curso “não reflete a posição da reitoria ou da universidade”.
Com dez encontros, o curso tem previsão de terminar no dia 5 de julho. Entre os professores estão Benedito Tadeu Cesar e Marcelo da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e nomes conhecidos da Unisc, como João Pedro Schmidt, Edson Botelho, Carlos Ayres e Josiane Abrunhosa. A maioria dos cursos de humanas assina a realização do curso de extensão.
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De acordo com o professor de Direito Constitucional da Unisc, Edison Botelho, que também dará aula, a iniciativa partiu de professores da instituição, inspirados em cursos semelhantes que têm acontecido pelo Brasil para analisar todo o contexto do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Botelho afima ainda que o conteúdo apresentado é fruto de estudos acadêmicos. “Muitas pessoas vão olhar isso com um viés partidário, mas o objetivo não é representar nenhum partido, e sim apresentar estudos e dados sobre o tema”, afirmou.
Por que o curso causou polêmica na cidade?
Como quase tudo nos dias de hoje, há o grupo dos que apoiam e o grupo dos que criticam esse tipo de iniciativa. No caso da Unisc, a polêmica começa já pelo cartaz no curso, que cita a universidade como realizadora do evento. Pesam também os fatos de a universidade ter perfil comunitário e, por isso, relações com os mais diversos setores da sociedade, e por ser mantida por uma entidade (a Apesc) que igualmente representa os mais diversos setores de Santa Cruz.
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A Associação Comercial e Industrial (ACI) tem assento no conselho da Apesc e avalia que a Unisc não deveria se envolver a esse ponto nesse tipo de polêmica. Em carta enviada à reitoria, o presidente Lucas Rubinger defende que “o momento político vivido pelo País exige cautela e isenção”. Diz ainda que a entidade fica apreensiva com a forma como o curso é apresentado, “emitindo um pré-julgamento de fato ocorrido na história do País”. A ACI diz ainda que “o saudável debate político deve ser um exercício de tolerância e respeito às opiniões”.
Já a Unisc diz, entre outros, que cursos como este estão sendo oferecidos por universidades há quase dois anos; que cursos de extensão são livres e não curriculares ou obrigatórios, ou seja, faz quem tem interesse; o curso foi proposto por um departamento e um programa de pós-graduação; e que “o tema não reflete a posição da reitoria ou da universidade, pois esta é atual, aberta ao diálogo, à diversidade e permite o livre trânsito de pensamentos divergentes”.
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