A partir desta quinta-feira, 15, os servidores, vereadores e o vice-prefeito de Vera Cruz, afastados com a Operação Fura-Fila, deflagrada pelo Ministério Público (MP) em dezembro, poderão retornar às atividades públicas. A determinação é do juiz Marcelo da Silva Carvalho, da Comarca de Vera Cruz, com base em recurso apresentado pela defesa dos investigados.
Com a medida, o vice-prefeito Alcindo Iser (PTB) retorna ao seu gabinete, segundo ele, com intuito de recuperar para a sigla o controle da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente. Quem estava à frente da pasta era Mártin Nyland, exonerado pelo prefeito Guido Hoff (PSB) logo após a ação do MP. “O PTB faz parte do governo e deseja retornar ao Desenvolvimento Rural, o prefeito sabe a importância disto”, justifica Iser, que também é presidente do partido no município.
Atualmente, quem ocupa o cargo de secretário do Desenvolvimento Rural é Gilson Becker (PSB), que também é o titular de Obras, Saneamento e Trânsito. “Nós teremos uma reunião com o prefeito para tratar da volta de Nyland”, reforça Iser.
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Quem também deve retornar à Prefeitura é a servidora concursada Adriane Mueller, que atuava na Secretaria Municipal da Saúde quando o MP realizou a operação. Guido Hoff confirma que deverá se reunir com Iser e os vereadores. “Eu quero apresentar pessoalmente os 16 projetos que estou encaminhando para a primeira sessão deles (na segunda-feira).”
Já sobre a possibilidade de receber de volta os secretários exonerados, como Nyland e Eliana Ghiel – que era secretária da Saúde –, Hoff afirma que só tratará desses casos depois que o MP concluir as investigações. “Por enquanto, segue tudo igual.”
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Volta à Câmara
Os vereadores Eduardo Viana e Marcelo Rodrigues Carvalho, ambos do PTB, voltarão à Câmara já para a sessão de segunda-feira. Viana, inclusive, reassume a presidência da casa até o fim deste ano. Conforme o assessor jurídico da Câmara, Marcelo Schmidt, o progressista Horst Schuch retornará à vice-presidência, assim como antes do afastamento de Viana.
Já Nyland, que na época da operação era o secretário municipal de Desenvolvimento Rural e também é servidor concursado da Prefeitura, deverá ocupar sua vaga no Legislativo. Antes de ser nomeado secretário, ele foi eleito vereador pelo PTB. Por ter sido exonerado do cargo de secretário, está de volta à Câmara desde dezembro do ano passado.
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Os assessores Gelson Fernandes Moura, Guilherme Matheus Oziemblovski e Anselmo Eli Ferreira Júnior, todos ligados ao PTB, e a diretora-geral da Câmara, Ilse Miguelina Borges Riss, foram exonerados por Horst Schuch, que presidiu a Câmara até ontem. O retorno deles dependerá de uma nova nomeação.
Relembre o caso
O Ministério Público desencadeou a Operação Fura-Fila em 5 de dezembro de 2017. Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão na Prefeitura e nas casas dos investigados. A ação resultou no afastamento de dez agentes públicos e, posteriormente, na exoneração de dois secretários, três assessores e da diretora-geral da Câmara. Conforme o MP, os investigados teriam promovido um esquema para “furar a fila” nos atendimentos da saúde, beneficiando possíveis eleitores. Eles negam e as investigações continuam.
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